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"Poetas Poesia II" Homenagem a: Link: |
MARE NOSTRUM Jorge Luis Gutiérrez I Navegação lírica. Céfiro sustenta, com benigno sopro as velas enchidas. Rumo insólito, alturas angulares, lemes inerciais, arte. Nem loxodrómica, Nem ortodrómica. Brotam memórias que são como um melancólico epigrama. Lembro seu olhar convidativo refletindo a poética do imponderável. Um mascarão de proa com sua fisionomia, estetiza-se filosóficamente no navio dos devaneios. II Coreografia da saga do horizonte, fantasia prodigiosa, serenidade escrita, seduções literárias, matéria narrativa restaurada, luminosidade nostálgica. Realidades reimaginadas, sonhos delirantes, míticos enigmas, pirotecnia do humano, alegóricos entretons. Litoral do encantamento, amores exaltados, pleonástico silencio. III Eu: — “A primavera está indo embora, temos só o verão para navegar... é imperioso abordar nossos portos, de íntimos albergues, de serenos céus e literaturas festivas, antes do inverno...” IV Você: — “Mas eu posso ser seu paraíso. Você pode ficar navegando em minha pele, morder a maçã, sentir o cheiro das romãzeiras e guiar-se pelas constelações de minha nudez...” V Eu: — “Daqui adiante nenhuma terra será a nossa terra, nenhuma pátria será nossa pátria. Seremos sucessivamente estrangeiros. Nenhuma língua será a nossa língua, falaremos de contínuo com sotaques.... Nossos nomes serão pronunciados com consoantes que não conhecemos... E serão escritos com alfabetos que não poderemos ler. Caminharemos por desertos dos quais nunca tínhamos escutado. Atracaremos em baías distantes e impossíveis”. VI Você: — “Irei contigo. Estarei a seu lado. Deixa segurar-me de sua mão. Somente quero que prometa amar-me para sempre”. VII Eu: — “Perdi minha pátria... fui atrás das nuvens... Os poetas me ensinaram a amar as nuvens...” VIII Você: — “O fogo da minha respiração se poetizará em seu olhos... Meus lábios terão sabor a vinho...” IX Eu: — “Ah! Como eu amava os ventos efêmeros, cintilantes, que mexiam seus cabelos..." X Você: — "Ah! Se você houvesse ficado inebriado na orla de minha paixão resplandecente”. XI Eu: — “Ah mulher! A mais bela de toda terra firme e todos os oceanos ... Das aldeias e beira-mares”. XII Você: — “Recita mais uma vez o poema que fizestes para mim no começo da primavera...” XIII Eu: “Meus beijos querem ser dança se exibindo no palco de sua pele. E se às vezes você sente um coração dançando junto ao seu, uma sensação como se você tivesse dois corações, é meu coração que foi-se dançando enquanto sonho.” XIV Você: — “Ah! Se eu pudesse transformar seus romances em navegações pelo mare nostrum de meu corpo.” XV — “O mar oceano te espera” — Disse a fúria dos ventos. — “Sente o azul perfume feminino da minha alma” — Você disse dançando na luz da tarde. XVI Eu: — "Se não tive a eternidade para amar-te, terei o fugaz para lembrar-te". XVII — “Ah! Se você me houvesse amado para sempre...” — Sua voz sussurrou como uma suave brisa nos recifes do que nunca tivemos. Nas enseadas melodiosas do que poderia ter sido. XVIII Eu: — “Uma lágrima sua será a minha bússola”. XIX — “Ah! Se me tivesse jurado amor eterno... Como seriam belas suas lembranças!” — Você cantava pelas ruas de uma cidade ensolarada. XX (Final. Coral noturno de sereias num rochedo. No céu a constelação das plêiades) “Ah! O amor. Ah! O vinho. Ah! A poesia. Ah! O extenso mare mostrum do desejo”. Mare nostrum en español |
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