Apresentação

Com o despertar do novo século, desperta-se também uma nova sociedade, a sociedade de informação, ansiosa, cada vez mais, por conhecimento. Contudo, se o acesso ao mundo multimídia e as suas diversidades correlatas é algo tão rápido, não sabemos, ao certo, o limite dessa interferência digital e a sua eficácia na contemporaneidade. Assim, propomos algumas discussões que sirvam de parâmetro acerca da otimização de novas linguagens e tecnologias no processo de ensino-aprendizagem, ou seja, propomos discussões capazes de apresentar propostas pedagógicas interdisciplinares, experiências em sala de aula cujos reflexos façam circular saberes entre a filosofia, o cinema, a literatura e a tecnologia.

O presente número da Revista Pandora tem como foco central a multiplicidade de vozes na construção do discurso sobre a realidade. O objetivo principal é debater as relações entre filosofia, cinema e literatura, tendo como realidade discursiva o campo da Educação, nos seus diversos matizes. O objetivo secundário é mostrar como essa multiplicidade de manifestações discursivas tem o poder de construir a realidade que nos cerca. Evidentemente, o verbo construir é sempre ambíguo e, por vezes, pode ser sinônimo de destruição da realidade. Apresentaremos aqui a reflexão de professores e alunos que através de filmes e textos, músicas, peças teatrais procuram construir o discurso sobre a realidade, sobre o mundo. Esperamos contar com textos experimentais, escritas ensaísticas que busquem inovar na linguagem e na abordagem da realidade educacional de diversas regiões do Brasil, quer sejam no Ensino Médio ou nas diversas atividades educativas. Ao publicizar o que está sendo realizado no campo da educação, sob diversas formas discursivas, procuramos oportunizar a manifestação e a fusão dos usos linguísticos para a compreensão da realidade.

Como é possível transformar o cinema em um recurso didático? Uma realização audiovisual é um veículo a serviço do conceito (filosófico ou literário)? Como se expressam as diversas produções do aspecto educativo, enquanto construção de um discurso sobre a realidade? Qual a linguagem (discurso) mais efetiva e mais completa para falar do mundo, no ambiente escolar, se é que ela existe? Esses diversos mundos (da filosofia, do cinema e da literatura) possuem alguma relação como mundo real dos professores e estudantes? No processo de ensino-aprendizagem, existem distorções discursivas e superficialidades que inviabilizem o acesso ao mundo da vida?

É indiscutível, na atualidade, o papel desempenhado por esses diversos discursos tanto no âmbito educativo quanto na nossa vida cotidiana. Com tendência objetiva ou subjetiva, essas diversas formas de falar da realidade, no fundo, revelam a nossa sede de descoberta e busca incessante para compreender e apreender o mundo ao nosso redor.

Boa leitura!

Jacqueline Oliveira Leão e Jasson da Silva Martins
Coordenadores Revista Pandora Brasil Nº 34
Contato: jassonfilos@gmail.com