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Nº 31 – Junho de 2011
ISSN 2175-3318
“A Magia do Teatro”
Apresentação
Dr. Wagner Martins Madeira
O surgimento do teatro coincide com os primeiros passos da humanidade. O universo das realizações humanas e sua aspiração intrínseca em transcender a sobrevivência primária, evidenciada na capacidade espiritual inata de criar objetos que vão além da natureza bruta, desde sempre se consubstanciou em arte dramática. Uma materialidade em si contraditória, por se esfumar inevitavelmente, já que o encerramento de um espetáculo de teatro implica no seu desaparecimento no passado, ao contrário de um objeto artístico, como uma escultura ou um quadro, que permanece manifesto em sua substancialidade concreta.
O teatro é, portanto, a arte da experiência imediata. Tragédias, comédias e dramas são criados e recriados desde sempre por atores em palcos quaisquer, concernentes às condições e motivações históricas de época, fascinando espectadores que são levados ao choro, ao riso, à reflexão, à emoção. O teatro provoca, é vida pulsante. Organismo em mutação, acompanha a trajetória humana desde as pinturas rupestres da Idade da Pedra ao presente performático hipermoderno. A magia do teatro se renova incessantemente, pois elenco e público estabelecem o pacto cúmplice de uma intervenção artística que se situa acima do cotidiano ordinário.
Na presente edição, a Revista Pandora Brasil se propõe a refletir sobre diferentes aspectos atinentes à mágica cosmovisão teatral: história dos gêneros e das formas, princípios estruturais e questões de estética, mediações com a poesia, etc. Em virtude da maioria dos ensaístas serem oriundos de Letras, a abordagem é quase sempre textocêntrica, compreendendo as intenções primeiras da dramaturgia e não propriamente as variáveis tangíveis de encenação, quais sejam os recursos técnicos, a interpretação e a recepção do espetáculo. Não obstante, cada leitura é uma representação virtual, pois revive e atualiza um texto de teatro. Cabe a cada leitor, na condição de sucedâneo do espectador, arrebatado pelas diferentes épocas e culturas, emular o dramaturgo e o crítico, imaginando possibilidades de encenação, desse que é o mais cosmopolita dos fenômenos artísticos, multiforme e imortal teatro. Evoé!
Boa leitura!
Coordenador do Nº 31 "A Magia do Teatro"