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Ah, se eu não fosse...
a deusa da memória.


Nilce Cappoccia

Como numa nuvem, o ar está esfumaçado e vem a lembrança de um homem que caminha por entre os jardins da sua cidade. Ele é ateu, descrente de tudo e de todos. Sempre pronto para festas regadas a bom vinho. Sim, é ele. Será? Foi ele que colocou o dever como o ápice de sua razão.

Novamente o ar fica encoberto, já não tenho certezas de nada.

Ele tinha um grande amigo. Um amigo íntimo. Será que ele teve amigo íntimo? Sim, lá vem ele, está mais perceptível, caminhando pelas ruas romanas. Romanas? Possui uma barba grande, vestes soltas, questionava todos e tudo e dizia que nada sabia.

Novamente a nuvem esfumaçada, agora toda colorida, traz a clareza, a imensa luz da lembrança, o entorno está mais claro, as pessoas condizem com os fatos. Todos conseguem perceber.

É a lembrança, cortando os ares, firmando os fatos e mostrando a historia.

Ah, se eu não fosse a deusa da Memória.

Ah, se eu não fosse Mnemosyne a detentora do recordar.

Do deixar os fatos registrados na historia. Jamais alguém confundiria o alemão do dever, o Kant, com aquele personagem descrente escondido na neblina e nem viria Sócrates caminhado pelas ruas romanas.

Ah, se eu não fosse a Deusa Mnemosyne .....

19/maio/2008



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