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Revista Pandora Brasil
Nº 45 Agosto de 2012
ISSN 2175-3318

"Georges Bataille - Cinquentenário de sua morte"

Apresentação
Antonin Artaud definia a arte como sendo “o hoje ainda hoje amanhã”. Cinquenta anos após sua morte, Georges Bataille é ainda hoje uma grande incógnita. No Brasil, sua obra pouco a pouco vem sendo estudada principalmente nos círculos universitários-filosóficos. Nas prateleiras das grandes livrarias encontra-se apenas – e não menos importante – uma tradução brasileira ainda disponível na editora: História do olho, com apresentação e tradução excelentes de Eliane Robert Moraes. Acredito que tal livro faça parte de quase toda iniciação em Bataille, tanto no Brasil como, ao que pude constatar, na França. Os mais afortunados encontrarão a edição (esgotada) de O erotismo, livro de 1957 e considerado obra magna do autor. Assim, como foi o meu caso, passamos do primeiro livro do Bataille ao último querendo saber mais sobre o que há no meio desse percurso. Uma sensação de vazio nos abraça, sobretudo ao vermos o vasto horizonte dos doze tomos das Obras completas. Foi esse sentimento o meu início.

Nesta edição da revista Pandora, n° 45, propomos aos nossos leitores uma (re)descoberta de Georges Bataille e a promoção do interesse por sua obra. Para tanto, pudemos contar com a colaboração de dez autores, todos vindos dos mais variados contextos, o que levou a revista a um ecletismo muito bem vindo. Abrimos também uma pequena porta internacional, pois aqui o leitor encontrará o importante e inusitado artigo de Claire Lozier sobre a arquivação do conhecimento em Bataille. Não menos inusitado é o “brainstorming fotográfico” proposto por Maria Cláudia Rodrigues Alves, mas também, diria, por Cristiano Alexandria. Madame Edwarda – e o grito “Eu sou Deus” – ficou por conta de Eclair Almeida Filho e Amanda Mendes Casal; La part maudite passou tanto por Contador Borges como por Bruno Ribeiro; Eduardo Jorge retrabalhou os limites do corpo tomando como base alguns artigos da Documents; finalmente, “O corte”, texto ambíguo, mutilado, é a proposta imagética de Alexandre Rodrigues e Vera Casa Nova. Agradeço a todos os autores e especialmente a Paulo Ricardo Alves, tradutor atento e excelente revisor, cujo trabalho feito nos bastidores revela-se de extrema importância na conclusão da revista.

Assim, o importante é que Georges Bataille reviva em nossas palavras e por meio delas. E que a sentença de Michel Foucault (de 1970) junte-se hoje àquela de Artaud, pois “sabe-se hoje que Bataille é um dos escritores mais importantes do século XX”.

E que hoje, há mais de 30 anos, seja agosto de 2012 amanhã.

Boa leitura!

Bruno Ribeiro de Lima
Coordenador da Edição nº 45
Contato: paxbruno@hotmail.com



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