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Revista Pandora Brasil Nº 44 Julho de 2012
ISSN 2175-3318

"Narrativas infantis e memória"

Apresentação

− Mas ... começou D. Benta.
− Não estou entendendo nada de nada, Emília. Explique-se.
− São as minhas memórias D. Benta.
− Que memórias, Emília?
− As memórias que o Visconde começou e eu estou concluindo. Neste momento estou contanto o que se passou comigo em Hollywood, com a Shirley...
− Emília! Exclamou D. Benta.
− Você quer nos tapear. Em memórias a gente só conta a verdade, o que houve, o que se passou. Você nunca esteve em Hollywood, nem conhece a Shirley. Como então se põe a inventar tudo isso?
− São memórias. Explicou Emília.
− São diferentes de todas as outras. Eu conto o que houve e o que devia haver.
(Monteiro Lobato)

Considerando que a narrativa é inerente à cultura e que, através dela, podemos conhecer e desvendar os mistérios que envolvem o ser humano, ela se torna indispensável ao desenvolvimento cognitivo e linguístico na criança. Por meio da linguagem simbólica da história constatamos a relação entre o real e o imaginário – lugar onde se realiza o jogo, a brincadeira, origem de todas as atividades socioculturais; e o passaporte para entrar nessa área é a capacidade de poder brincar e imaginar, alcançando um mundo de sonhos, de criação e de prazer.
Etimologicamente, narrar e memorar reportam-se à ação de relatar, de trazer à memória, de dar a conhecer, de tornar lembrado um acontecimento real ou fictício. No caminho da narração verificamos os poderes mágicos das palavras, que nos conduzem às forças da natureza e, assim, reconsideramos as crenças capazes de trazer os enigmas da existência e fornecer provas indiscutíveis na busca de um novo sentido para a vida.
Nesta perspectiva, memória e narrativa são elementos inseparáveis, pois para se contar uma história é preciso ter um conhecimento prévio, ou seja, a estrutura narrativa armazenada na memória. E esta estrutura é adquirida por meio de scripts, roteiros, que a criança ouve a partir das histórias, desde o início de sua infância.
A Revista Pandora, na edição 44, pretende reunir algumas reflexões sobre o fascinante mundo do discurso narrativo infantil, em diferentes contextos, a fim de evidenciarmos os mecanismos de funcionamento da memória.

Boa leitura!

Drª Priscila Peixinho Fiorindo
Coordenadora Revista Pandora Brasil Nº 44
Contato: priscilafiorindo@hotmail.com



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