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Revista Pandora Brasil
Nº 36 Novembro de 2011
ISSN 2175-3318

"Tempo e Memória"

"Para tudo há uma ocasião certa; há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu: tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou, tempo de matar e tempo de curar, tempo de derrubar e tempo de construir, tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de dançar, tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las, tempo de abraçar e tempo de se conter, tempo de procurar e tempo de desistir, tempo de guardar e tempo de jogar fora, tempo de rasgar e tempo de costurar, tempo de calar e tempo de falar, tempo de amar e tempo de odiar, tempo de lutar e tempo de viver em paz" (Eclesiastes)

"Tempo é o número de movimentos segundo o antes e o depois. Ora, a percepção do antes e do depois e, portanto, do número do movimento, pressupõe necessariamente a alma. Mas, se é verdade que, na natureza das coisas, somente a alma — ou o intelecto que está na alma — tem a capacidade de numerar, então se revela impossível a existência do tempo sem a existência da alma." (Aristóteles)

“Efetivamente, uma pessoa não pode lembrar-se nem do futuro, já que este último é objeto da opinião ou da esperança (haveria uma verdadeira ciência da esperança? adivinhação como alguns a chamam), nem o presente, pois este último é objeto da sensação, e a sensação não nos faz conhecer nem o futuro nem o passado, senão o presente somente. A “memória" se aplica ao passado. E ninguém diria que lembra o presente, quando ele é presente..." (Aristóteles)

"Chego aos campos e vastos palácios da memória, onde estão tesouros de inumeráveis imagens trazidas por percepções de toda espécie. Ali repousa tudo o que a ela foi entregue, que o esquecimento ainda não absorveu nem sepultou. Aí estão presentes o céu, a terra e o mar, com todos os pormenores que neles pude perceber pelos sentidos, exceto os que já esqueci. É lá que me encontro a mim mesmo, e recordo das lições que fiz, o seu tempo, lugar, e até os pensamentos que me dominavam ao praticá-los. É lá que estão também todos os conhecimentos que recordo, aprendidos pela experiência própria ou pela crença no testemunho de outrem." (Santo Agostinho)

“Que é, pois, o tempo? Quem poderá explicá-lo claro e brevemente? [...] e que modo existem aqueles dois tempos – o passado e o futuro – se o passado já não existe e o futuro ainda não veio? Quanto ao presente, se fosse sempre presente, e não passasse para o pretérito, como poderíamos afirmar que ele existe, se a causa da sua existência é a mesma pela qual deixará de existir?”
“O que agora transparece é que, não há tempos futuros nem pretéritos. É impróprio afirmar: Os tempos são três: Pretérito, presente e futuro. Mas talvez fosse próprio dizer: os tempos são três: presente das coisas passadas, presente dos presentes, presente dos futuros. Existem pois estes três tempos na minha mente que não vejo em outra parte: lembrança presente das coisas passadas, visão presente das coisas presentes e esperança presente das coisas futuras. Se me é lícito empregar tais expressões, vejo então três tempos e confesso que são três.” (Santo Agostinho)





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Prof. Dr. Jorge Luis Gutiérrez
Coordenador do Nº 36 - Revista Pandora Brasil
Contato: jorgelrg@uol.com.br



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