Revista Pandora Brasil

APRESENTAÇÃO DOS POEMAS

DE AUGUSTO PIEGGAS

Felipe Mettitier



Quando conheci o Augusto Pieggas, não sabia se ele era natural do Parnaso ou de Pasárgada. Creio que eu o conhecia antes, antes daquela noite de insônia na qual ele se manifestou a mim no branco espelho dos papéis. A verdade é que eu fui seu parturiente, dei à luz a um homem do século passado, tão ingênuo quanto um recém-nascido, tão triste quanto um moribundo, tão eu, quanto eu jamais serei.

Augusto era seu nome, porque era o maior dos românticos, Pieggas era seu apelido e o que trazia verdadeiramente por sobre o nome. Em seus escritos havia mais de mim do que dele, assim como havia mais do Pessoa do que do Caeiro, nos poemas desse último. Assim, ele disse o que eu não podia dizer, ele escreveu o que eu não podia sentir.

Nos trintas poemas desta revista, política, religião, amor e tudo que marca e fere o meu existir e pensar se manifestam em versos. Sei que não são os melhores versos, mas são autenticamente uma impressão de minha alma, sobre o rosto banhado de clichês do Augusto.

Que posso dizer – que a Musa me inspire -, além de que rimo para não chorar e, como não posso deixar que vejam a poesia de minhas lágrimas, que são mais honestas e puras, oferto a poesia de minhas palavras, como prefiguração do meu ser.

Caro leitor, oferto-te sincero, trinta vezes em que meu coração pulsou.



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