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Revista Pandora Brasil - ISSN 2175-3318
Revista de humanidades e de criatividade filosófica e literária


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ANTONIO MACHADO E SEUS DOIS EXÍLIOS:
LEONOR E ESPANHA

Jorge Luis Gutiérrez
Universidade Mackenzie

jorgelrg@uol.com.br



Mini currículo dos autores
 


RESUMO

Este artigo trata sobre dois momentos da vida do poeta espanhol Antonio Machado: A morte de sua esposa Leonor e a sua saída de Espanha na guerra civil. Após a morte de Leonor, Machado deixa a cidade de Soria, lugar onde tinha conhecido e vivido com Leonor: é seu primeiro exílio. O segundo exílio é quando deixa Espanha através dos Pirineus até a cidade Francesa de Coulliure. A poesia de Machado está presente nestes dois exílios.

Palavras-chave: Antonio Machado, exilio, Soria, Leonor Izquierdo.



Eu penso em campos de neve
e em pinheiros de outras montanhas…


(Antonio Machado)


O exílio se assemelha à distância. Distância que pode ser geográfica, existencial ou sentimental. Às vezes física. Exílio tem a ver com estar longe do que amamos. É sinônimo de separação e afastamento. Outra palavra para exílio é “desterro”, que embora não seja exatamente igual (nunca uma palavra é exatamente igual a outra), é quase uma mesma palavra para os que o vivem. Desterro: estar longe da terra. E muitas vezes tem a ver com deportação, expulsão e proscrição.

É possível que todo exílio comece na alma. Os corpos sobrevivem, se adaptam, dançam. Mas a alma anseia, lembra, rememora. E às vezes quer estar em outro lugar. Mas não pode, porque foi expulsa e não pode voltar. É o exílio. E é no exílio onde se vê com toda clareza que alma e corpo formam uma unidade inseparável. As fronteiras se diluem e a alma e o corpo se tornam o “ente” exilado. Alma e corpo são um só no desterro. Uma unidade no exílio.

E, quiçá, a história de todo ser humano, sua verdadeira história, seja a história de seus exílios. É possível que nossa vida seja um ir de exílio em exílio. Somos a crônica de nossos exílios. E somos o que amamos e o que vamos deixando de amar. E, finalmente, somos o que fizeram de nós as terras, os lugares, os braços, que nos acolheram. Os amigos que nunca mais vimos e os novos amigos que encontramos. Lágrimas e sorrisos. Sentir-nos distantes e perto, sentir-nos próximos e longe de casa. Sentir que não há lugares para voltar, que a vida é continuidade. E que o irreversível e o imprevisível sempre estão a nossa volta.

Todo exílio nos deixa sotaques e nos muda um pouco o olhar. Ensina-nos novas palavras e nos mostra novos rostos. Os exílios nos distanciam e nos aproximam. E assim, de exílio em exílio, de amores em amores, vai transcorrendo a nossa vida.

Os exílios podem ser forçados ou voluntários. Os forçados foram sempre um castigo cruel. Um dos piores. O exilado é banido, degredado, às vezes com violência. Nos exílios voluntários, opta-se voluntariamente pela distancia do que se ama. Porque há razões mais poderosas, mais fortes... Mais válidas. Então se escolhe a separação.

Nas décadas dos 60 aos 80, o exílio era algo freqüente na América Latina. Era uma arma política usada pelos ditadores. No ano 1987 escrevi uma dissertação de mestrado que tinha por título “Um poema desde o exílio, uma abordagem do salmo 137”, e em 1994 escrevi um artigo “Cativeiro e Poesia, anotações sobre o Salmo 137”. Nestes dois textos está um pouco do sentir desses anos em que exílio era quase sinônimo de expatriação. O salmo 137 é aquele que começa: “Junto aos rios da Babilônia nos assentamos e choramos...” É um canto de exílio, dos exilados que lembra sua pátria.

Muitos exilados ficaram pelo resto de suas vidas longe. E o longe às vezes pode-se tornar perto. E o desconhecido, pode-se tornar familiar. E muitos exilados aprenderam a amar a terra que os acolheu quando foram deportados. Muitos morreram no exílio. Na minha família temos um caso. Seu nome era Hector e sua esposa Marilu. Era tio, irmão da minha mãe. Chegaram jovens a Paris e ali viveram, trabalharam, nasceram seus filhos, envelheceram e morreram. Ele morreu vinte anos antes que ela. Algumas vezes em Paris, quando ainda Marilu estava viva, visitei com ela o túmulo de Hector. Lembro a Marilu, com seu cabelo branco e aspecto cansado, derramando água do mar do Chile e terra do Chile sobre o tumulo. Era uma promessa que tinha feito para ele. Agora os dois descansam no mesmo túmulo em Paris. Marilu era filosofa, formada na Universidade de Concepción.

Este último parágrafo me permite introduzir o tema deste artigo: Antonio Machado e seus exílios. Escolhi dois: Leonor (sua esposa) e Espanha (sua pátria). Ambas amadas por ele. E ambas perdidas por ele.


ANTONIO MACHADO: SÓRIA, POESIA E LEONOR

Antonio Machado nasceu em Sevilha no ano 1875 e é considerado um dos maiores poetas espanhóis. Alem de poeta foi também filosofo.

Entre os anos 1906 a 1912 Machado reside em Soria. É catedrático de Francês no Instituto de ensino Secundário de Soria. São anos bons para o poeta. Além de ter conseguido o cargo de professor, em 1007 publica seu segundo livro: “Soledades, Galerías, Otros poemas”. Machado leva uma vida tranqüila e serena. Tem bons amigos e as reuniões entre eles, nas frias noites, são freqüentes. As paisagens de Castilla cativam a Machado. Soria é uma cidade que enche sua alma de beleza e poesia.

"Soria de morros azuis
e de ermos de violeta,
quantas vezes te sonhei
nesta florida horta,
por onde se vai,
entre laranjeiras de ouro,
Guadalquivir à mar!"

"Soria de montes azules
y de yermos de violeta,
¡cuántas veces te he soñado
en esta florida vega,
por donde se va,
entre naranjos de oro,
Guadalquivir a la mar!"



E foi em Soria onde Antonio Machado conheceu Leonor Izquierdo Cuevas. Uma moça de 15 anos, filha dos proprietários da pensão onde morava. Loira, olhos azuis e de grande encanto. Um dia ela regressa. Voltava após passar um tempo em Almenar. Antonio esta com 33 anos, é quase 18 anos mais velho que ela. Se apaixonam e namoram. A finais de 1910 casam-se na Igreja de “Santa Maria la Menor”. Viajam de Lua de Mel por várias cidades da Espanha: Zaragoza, Pamplona, Irún e Fuenterrabía. Antonio está feliz e Leonor também.

Em 1910 Antonio Machado consegue uma bolsa de estudo em Paris para aperfeiçoar seus conhecimentos de filologia francesa. Vai com Leonor e ambos moram nessa cidade nos anos 1910 e 1911. Caminham por Paris, visitam os lugares importantes. Nada parece obscurecer a felicidades deles.

Em Paris Antonio também ouve conferências, participa de cursos e com freqüência assiste à cátedra de filosofia de Bérgson no Colégio da França.

No verão de 1911 Leonor fica doente de “hemoptise”. E será no 14 de julho, dia nacional da França, que a doença se agravará. É difícil encontrar um médico por causa do feriado. Finalmente Leonor é internada num hospital.

Leonor e Antonio têm que regressar a Espanha, vão a Madrid e logo a Sória. Em Sória Antonio Machado se dedica tempo integral aos cuidados de Leonor. Deixa de lecionar, não escreve e constrói um carrinho para levar Leonor a passear. As ruas de Soria os vêm caminhando, as pessoas os olham com tristeza e respeito. Leonor piora com o passar dos dias.

Entre tudo isso uma pequena alegria. Machado recebe seu novo livro, recém editado, pelo correio. O título é “Campos de Castilla”. O livro é muito elogiado por todos, especialmente pelos críticos e a imprensa. É um suave oasis no meio da difícil época que está vivendo.

Leonor morre em 1 de agosto de 1912. Os campos de Castilla se tornam tristes e Soria deixa de ser a cidade onde tanta beleza e felicidade tinha encontrado. Frente à dor e à irremediável perda, Machado decide abandonar Soria. Começava seu exilo. O exílio de Leonor. Um poema marcará este momento. “Adeus, campos de Soria”. O poeta se despede de Soria, lugar onde “ficou a flor mais doce da terra“, Leonor.


ADEUS, CAMPOS DE SORIA

Adeus, campos de Soria,
onde as rochas sonham,
serras do alto plano,
e morros de cinza e de violeta.
Adeus, já convosco
ficou a flor mais doce da terra.

Já não posso cantar-vos,
não vos canta já meu coração,
reza-vos...

ADIÓS, CAMPOS DE SORIA

Adiós, campos de Soria,
donde las rocas sueñan,
cerros del alto llano,
y montes de ceniza y de violeta.
Adiós, ya con vosotros
quedó la flor más dulce de la tierra.

Ya no puedo cantaros,
no os canta ya mi corazón,
os reza...



Após a morte de Leonor, Machado volta para Andaluzia, para Baeza. O poeta está triste. A este período é que chamo, neste artigo, o exílio de Leonor. Machado escreve:

Há um trágico viajante,
que deve ver coisas raras,
e fala só e, quando olha,
apaga-nos com a mirada.
Eu penso em campos de neve
e em pinheiros de outras montanhas…

Hay un trágico viajero,
que debe ver cosas raras,
y habla solo y, cuando mira,
nos borra con la mirada.
Yo pienso en campos de nieve
y en pinos de otras montañas…



Tédio e aborrecimento marcaram sua estada em Baeza. Ele a critica por seu ar “provinciano”. Escrever é a única coisa que parece lhe dar consolo. Escreve um texto chamado “Los Complementários”, que será publicado postumamente.

Foi no período de Baeza que Antonio Machado aprendeu grego e leu Platão e Aristóteles. Também leu Descartes, Kant e Bérgson. Tudo isto o leva, finalmente, a prestar exames para obter o diploma de Licenciatura em Filosofia na Universidade de Madrid. Nos quais foi aprovado. Entre os membros que formavam a banca examinadora estava José Ortega e Gasset.

Sobre a morte de Leonor há dois poemas, que Machado escreveu algum tempo depois, que mostram o estado ânimo e os sentimentos do poeta:

a) O primeiro poema é:

Senhor, já me tiraste o que eu mais amava.
Ouve outra vez, Deus meu, meu coração clamar.
Tua vontade se fez, Senhor, contra a minha.
Senhor, já estamos sós meu coração e o mar.

Señor, ya me arrancaste lo que yo más quería.
Oye otra vez, Dios mío, mi corazón clamar.
Tu voluntad se hizo, Señor, contra la mía.
Señor, ya estamos solos mi corazón y el mar.


b) O segundo poema é:

Uma noite de verão
—estava aberta a sacada
e a porta de minha casa—
a morte em minha casa entrou.
Foi-se aproximando a seu leito
—nem sequer me olhou—,
com uns dedos muito finos,
algo muito tênue rompeu.
Silenciosa e sem olhar-me,
a morte outra vez passou
diante de mim. Que fizeste?
A morte não respondeu.
Minha menina ficou calma,
doído meu coração,
Ai, o que a morte rompeu
era um fio entre os dois!

Una noche de verano
—estaba abierto el balcón
y la puerta de mi casa—
la muerte en mi casa entró.
Se fue acercando a su lecho
—ni siquiera me miró—,
con unos dedos muy finos,
algo muy tenue rompió.
Silenciosa y sin mirarme,
la muerte otra vez pasó
delante de mí. ¿Qué has hecho?
La muerte no respondió.
Mi niña quedó tranquila,
dolido mi corazón,
¡Ay, lo que la muerte ha roto
era un hilo entre los dos!



Anos mais tarde, no período da guerra, voltará a lembra de Soria, em suas “Poesias de la guerra”:


O POETA LEMBRA AS TERRAS DE SORIA


(…)
Na minha memória
tua lembrança floresceu traiçoeiramente;
e hoje começa teu campo impiedoso
o sonho verde da terra fria.
Soria pura, entre morros de violeta.

Diga você, avião marcial,
se o alto Duero
a onde vais lembra a seu poeta,
ao reviver seu vermelho Romanceiro;
ou é, outra vez, Caim, sobre o planeta,
sob tuas asas, tavão guerreiro?

EL POETA RECUERDA LAS TIERRAS DE SORIA

(…)
En la memoria mía
tu recuerdo a traición ha florecido;
y hoy comienza tu campo empedernido
el sueño verde de la tierra fría.
Soria pura, entre montes de violeta.

Di tú, avión marcial,
si el alto Duero
a donde vas recuerda a su poeta,
al revivir su rojo Romancero;
¿o es, otra vez, Caín, sobre el planeta,
bajo tus alas, moscardón guerrero?



UMA BREVE NOTA PESSOAL SOBRE O TÚMULO DE LEONOR EM SÓRIA

Sempre me comoveu a historia de Antonio Machado e Leonor Izquierdo. A primeira vez que a li eu tinha uns 11 anos. Lembro que o verso “Senhor, já me tiraste o que eu mais amava”, me emocionava e me levava para reflexões teológicas e filosóficas. E pensava que se um dia viajasse a Espanha iria a Soria e colocaria flores no túmulo de Leonor. O tempo passou e viajei várias vezes para Espanha, e a ida a Soria sempre ia ficando para uma outra oportunidade.

Mas um dia, no mês de maio do ano 2005, viajei para um congresso na Galícia. Fui até Lisboa e logo por terra até Santiago de Compostela. O congresso era de segunda a quarta e minha passagem de regresso era para o domingo. Tinha três dias livres, então pensei ir até Sória. Viajei com algumas pessoas que conheci durante o Congresso, num carro alugado. Visitamos, além de Soria, Lugo, León, Burgos, Segovia, O Escorial e Madrid. Mas, por motivos que não cabe aqui explicar, demoramos demais para chegar a Soria, e quando chegamos o cemitério já estava fechado. E a minha viagem de regresso ao Brasil era no outro dia, assim, tínhamos que sair cedo para Madrid.

Era um entardecer claro, lírico e poético, e o rio Duero estava tal como era descrito nos poemas de Machado. O sol estava perto do horizonte. A luz da tarde iluminava Sória. Era como eu havia imaginado.

Eu pensava que não era possível estar nas portas do cemitério de Soria e não poder entrar. Então uma idéia veio: arranquei algumas flores do jardim da praça, fui até o muro e pulei para o outro lado. E de repente me vi dentro do cemitério sem saber para onde ir. Quase anoitecia e o silêncio era atroz. E caminhei, pelo que me parecia um “labirinto”, até que, graças a Deus, encontrei um aviso com uma seta que indicava a direção do túmulo de Leonor. Fui seguindo as indicações até que cheguei. Fiquei alguns instantes frente a ele, coloquei as flores e tirei algumas fotos. Olhei um pouco e li o que estava escrito. Tentei sentir que era um momento importante. E logo corri... Corri para o muro, para pular de novo de volta para fora. A partir desse momento, devido a meu “ato de coragem” eu fui, para as pessoas que estavam comigo, uma espécie de “herói da poesia”.

E aqui concluo esta parte e passo a para o segundo tema deste artigo.


ANTONIO MACHADO, COLLIUE E O EXÍLIO DE ESPANHA

Esta parte da vida de Machado começa em 1936 com o inicio da guerra civil espanhola. Agora Machado está com 61 anos. Vinte e quatro anos se passaram desde a morte de Leonor. E agora Machado é um partidário da causa republicana. Ele é claramente definido por um dos bandos que lutam na guerra. Machado participa de atividades a favor dos republicanos e escreve em revistas e jornais. Todo isso o coloca frente a um inimigo perigoso: Francisco Franco. Quando as tropas de Franco chegam a Madrid, Machado está nesta cidade e deve sair para Valencia. Sua atividade poética não para. Escreve e publica em 1937 um livro no qual trata de temas relacionados com a guerra civil: “La Guerra”.

Machado está doente. De Valência vai para Barcelona. Mas o exército de Franco também está chegando a esta cidade. E Machado deve fugir, para o outro da fronteira, do outro lado da Cordilheira dos Pirineus. Deve ir para França. E começa seu caminho para o exílio em janeiro de 1939. Seis dias durou a viajem de Barcelona até Coulliure (Colliure, Puerto Libre, Cot Lliure, Colibre) Eram muitas as pessoas que estavam fazendo esse percurso, fugindo das tropas de franco. A situação era difícil. Faltava tudo. E o frio era constante. Carros, soldados e refugiados se uniam caoticamente nas precárias estradas.

Antonio Machado realizou esta viajem com sua mãe, com seu irmão José e a esposa dele Matea. A parte final da viagem foi realizada por trem. Chegam a Coulliure em 28 de janeiro de 1939. A mãe estava doente e Antonio com a saúde muito debilitada. Morreu em 22 de fevereiro de 1939 na localidade francesa de Collioure. Três dias depois morria sua mãe, sem ter sabido da morte do filho. E assim concluía o segundo exílio do poeta, na frança, em Collioure. O último verso que escreveu dizia:

Estes dias azuis e este sol da infância

Estos días azules y este sol de la infancia


O cantante espanhol Joao Manuel Serrat imortalizou esses momentos, da saída de Machado para o exilo na França, com seu poema musicado “En Coulliure”. Traduzo as três primeiras estrofes dessa música:


EN COULLIURE

Soplaban vientos del sur
y el hombre emprendió viaje.
Su orgullo, un poco de fe
y un regusto amargo fue
su equipaje.

Miró hacia atrás y no vio
más que cadáveres sobre
unos campos sin color.
Su jardín sin una flor
y sus bosques sin un roble.

Y viejo
y cansado
a orillas del mar
bebióse sorbo a sorbo su pasado.

EM COULLIURE

Sopravam ventos do sul
e o homem empreendeu viagem.
Seu orgulho, um pouco de fé
e um gosto amargo foi
sua bagagem.

Olhou para atrás e não viu
mais que cadáveres sobre
uns campos sem cor.
Seu jardim sem uma flor
e seus bosques sem um carvalho.

E velho
e cansado
às margens do mar
bebeu gole a gole seu passado.



Para encerrar duas coisas. A primeira dizer que ainda não visitei o tumulo de Antonio Machado em Collioure, mas está dentro de meus projetos de viagem, e um dia irei até lá. E a segunda dizer que esta parte da vida de Antonio Machado esta contada num documentário de Hermindo Medal “Antonio Machado, destierro y muerte de un poeta”. Este documentário faz uma reconstrução dos últimos três anos do poeta, desde que em 1936 se vê obrigado a abandonar a Espanha até sua morte em Colliure (França), em 22 de fevereiro de 1939.

Finalizo com este pequeno fragmento do poema “Retrato” de Antonio Machado, que também esta escrito sobre seu túmulo em Colliure. Nele a “ultima viagem” é uma metáfora para referir-se a sua própria morte e que hoje, após saber como ele morreu, nos parece quase uma profecia:

"E quando vier o dia
da última viagem,
e esteja a partir
o navio que nunca voltará,
encontrar-me-ão a bordo
leve de bagagem, quase nu,
como os filhos do mar".

"Y cuando llegue el día
del último viaje,
y esté al partir
la nave que nunca ha de tornar,
me encontraréis a bordo
ligero de equipaje, casi desnudo,
como los hijos del mar".




BIBLIOGRAFIA

CANO, Jose Luis. Antonio Machado: Biografia ilustrada. Ediciones Destino. 1975

Machado, Antonio. Antología poética. Introducción y selección de María Paredes. Madrid. Club Internacional del Libro.. 1994

SERRANO SEGURA, J. A. La obra poética de Antonio Machado. Disponible en: http://jaserrano.com/Machado.

MACHADO, Antonio. ANTOLOGIA POETICA. Madrid, Alianza, España. 1995

MACHADO, Antonio. POESIAS COMPLETAS. Prologo de Manuel Alvar. Madrid Selecciones Austral, 1 en 1977.

ISSOREL, Jacques. Últimos días de Antonio Machado. Perpignan, 2002.

Gibson, I., Ligero de equipaje, La vida de Antonio Machado, Madrid, Aguilar, 2006.

MACHADO, Antonio. Campos de Castilla: (1907-1917) . Madrid, Edición de Geoffrey Ribbans. 2006.

CORBALÁN, P. El largo éxodo y la muerte de Antonio Machado. Tiempo de Historia, n.º 4, marzo 1975. Disponible en: www.lainsignia.org/2005/septiembre/cul_030.htm.

SAHAGÚN, Carlos. SIETE POETAS ESPAÑOLES. Antología. Madrid, Taurus. 1969. (Recopilación)

ALVAR, M. Introducción» a las Poesías completas de Antonio Machado. Madrid: Espasa-Calpe (Colección Austral), 13.ª edición, 1988.

Hermindo Medal. Antonio Machado, destierro y muerte de un poeta (Documentario em DVD)






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