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A importância da interculturalidade na prática educativa

Jessica Aparecida de Souza
Lisiane Duarte Lourenço
Rebeca da Cunha Feitosa


“Se desejamos descobrir o que é o homem, só poderemos encontrá-lo no que são os homens; e os homens são, antes de mais nada, muito variados” Geertz (1996, p.57)

A palavra cultura é facilmente encontrada e mencionada diariamente na atualidade, por vezes, torna-se difícil compreender seu significado e, portanto a classificamos como tudo que está a nossa volta.

De acordo com a visão antropológica de fato cultura engloba tudo (conhecimento, crenças, tecnologias, direito, expressão folclórica, regras morais, formas de comportamento coletivo, etc.), ou seja, a cultura é formada por todos os conteúdos que constituem os modos de vida de uma sociedade.

Segundo Sacristán (1999), o nicho cultural envolve e “inclui” nele, de alguma forma, os sujeitos de uma cultura, cria um povo para o qual sua cultura representa seu passado, o alimento espiritual do presente e as referências para projetar o futuro.

Na realidade, a cultura nunca será independente daquilo que os indivíduos façam ou possam fazer, visto que o povo não sente ou pensa, os indivíduos sim.

Atualmente, as culturas costumam ser diferenciadas em: folclore (tradições coletivas nacionais populares), popular (classe trabalhadora), erudita ou de elite (público restrito) e de massa (mercado de consumo em larga escala).

Dessa maneira, pode-se exemplificar o bumba-meu-boi como folclore; o samba como popular; um quadro de Tarsila do Amaral como erudita; a música sertaneja, a música discoteca, a maioria dos filmes, as novelas, etc. como de massa.

Porém, deve-se lembrar que cultura é, potencialmente, todas as culturas, visto que todos os sujeitos são multiculturais, porque na convivência misturada adquiriram a condição da mistura.

Este pluralismo cultural é um fato que os meios de comunicação evidenciam todos os dias.

Somos bombardeados diariamente por um infinito de informações, de novas realidades culturais e, por isso, a necessidade de formarmos seres reflexivos e críticos a tantas situações.

Desta forma, as práticas educativas tornam-se reprodutoras dessa bagagem cultural, e são elas próprias, característica da cultura.

Cientes de que a educação é reprodutora desta cultura e, inclusive, criadora de cultura, no sentido de transformá-la, é necessário contemplá-la em seu currículo promovendo aos educandos a capacidade de reflexão a cerca dos fenômenos sociais.

“Partindo da premissa de que na cultura entra tudo, e do fato de que no tempo escolar não cabe tudo, pode ser ainda mais difícil estabelecer níveis, prioridades ou hierarquias entre as elaborações culturais pertencentes aos diversos traços da cultura” (Sebreli, 1992).


Considerando a necessidade de hierarquizar os conteúdos culturais a serem abordados no espaço escolar, deve-se valorizar a interculturalização, ou seja, o relativismo cultural, que permita ao indivíduo conectar-se e facilitar a comunicação entre todas as esferas culturais permeadas no mundo globalizado.

Se compreendermos cultura fora de suas esferas espaciais, seguindo a ideia de universalização, rompe-se com o conceito de cultura fechada, para dar espaço a um sistema aberto, de forma que o educando encontrará maiores margens para expressar-se, ao mesmo tempo que representa recursos para recriar e dar dinamismo ao conglomerado cultural.

Sendo assim, para uma abordagem intercultural, é necessário que se opte dentro do tempo escolar por uma de suas abordagens, relativizando a diversidade cultural ou, as coincidências culturais e, ainda, a miscigenação cultural.

A partir de uma destas três abordagens, propõe-se uma não delimitação do conhecimento e poder reflexivo do individuo, a partir de uma maior visualização de valores e conceitos sobre o cotidiano e suas situações.

Referências Bibliográficas

SACRISTÁN, J. Gimeno. Poderes instáveis em educação. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.


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