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IDENTIDADE DE GÊNERO MASCULINA:
POSSIBILIDADES DE VIOLÊNCIA
Profª Drª Gina Valbão Strozzi
ginastrozzi@mackenzie.br
Resumo: O paper sintetiza brevemente as teorias construcionistas e essencialistas que descrevem a identidade de
gênero e aponta para possibilidades de violências nestas formulações. Ganham visibilidade as posições de vulnerabilidade
do modelo de identidade masculina,
a saber: a violência contra a mulher, quando o poder de dominação masculino está ameaçado; e a violência contra o próprio
homem, quando da submissão a um modelo hegemônico que imprime opressão e violação no exercício da construção da identidade.
A idéia de identidade aqui é concebida como situacionalmente construída e definida no cruzamento dos sistemas diferentes de alteridade e estratificação
INTRODUÇÃO
A teoria social contemporânea tem discutido a identidade em termos culturais, o que significa dizer que sua
constituição é compreendida
a partir de uma perspectiva na qual importam momentos determinados histórica e culturalmente, que constituem identidades não definidas,
nem universais. As identidades culturais – sexo, raça e etnia, por exemplo – são constituídas a partir das diferentes formas como os grupos
sociais se reconhecem entre si. Ou seja, as identidades culturais não são dadas a priori, não são pré-existentes aos sujeitos.
Elas se constituem no processo de representação de um grupo sempre em relação a outros grupos, que carregam características diferentes
daquele que está sendo representado. A questão da identidade emerge em meio a processos de desigualdade, produzidos a partir de diferenças.
Emerge quando grupos sociais não se reconhecem como iguais. Das identidades culturais, importam-nos aqui, particularmente, as identidades de
gênero e as identidades sexuais.
Antes ainda, faz-se importante salientar que a(s) concepção(ões) moderna(s) de identidade tem sido marcada(s) e fragilizada(s),
em grande medida, pelo essencialismo e racionalismo. Aspectos fortemente imbricados e, quase sempre, indissociáveis. De modo geral,
trata-se de uma concepção que recorre a idéias como essência, núcleo, imutabilidade, transparência, estabilidade e coerência; dela
emergindo um sujeito centrado, coerente e, acima de tudo, racional. A construção dessa auto-imagem é perpassada por uma mudança de
centralidade entre identidades individuais e coletivas nas sociedades ocidentais modernas. O equilíbrio entre estas, o que ELIAS (1994)
chamou respectivamente de identidade-eu e identidade-nós, passou por intensas transformações, desde a Idade Média Européia. ELIAS (1994:161)
caracterizou essas mudanças, enfatizando o processo que então se iniciava de superposição da identidade-eu à identidade-nós.
Em termos do processo constitutivo, LASH & FRIEDMAN (1992:4) explicam que enquanto a identidade pré-moderna pode ser geralmente entendida
como externa ou heteronomicamente determinada, a identidade moderna não deixa de ser assim definida, mas a isso se soma uma crescente
possibilidade de definição autônoma, uma vez que “na modernidade somos destinados a sermos livres”. A posição dos estudos de gênero,
principalmente os guiados pelo viés feminista, no que tange a um substrato essencialista das identidades de gênero e sexuais, pode ser
percebida em três importantes momentos relativos a concepções de identidade:
1º Identidade ancorada na natureza/essência humana universal 2º Identidade ancorada na distinção sexo/gênero 3º Identidade que se funda nas diferenças
Esses momentos são marcados por uma intensificação das investidas teóricas contra o essencialismo e, não por acaso, constatamos, sobretudo na
última fase, o fortalecimento dos enfoques feministas de orientação pós-estruturalista/pós-moderna.
No primeiro momento, o conceito de identidade funda-se no cogito cartesiano que subsume a particularidade na universalidade de uma suposta
essência humana, descoberta através de meios racionais. Existia apenas o Homem e a Humanidade, sendo mascaradas as diferenças de gênero, raça,
classe, etc. Nesse sentido, “o feminismo questionou a noção de que os homens e as mulheres eram partes de uma mesma identidade, a Humanidade,
substituindo-a pela questão da diferença sexual” (HALL, 2000:46).
No segundo momento, já não existia apenas “O Homem”. É introduzida a categoria Gênero, através da distinção sexo/gênero, no qual sexo
remete ao dado biológico e gênero à classificação cultural da diferença sexual. Segundo SCOTT (1999:5), a categoria gênero rejeitava o
determinismo biológico e enfatizava o aspecto relacional. Muitos dos estudos de então, baseados na categoria de gênero, eram marcados por
uma visão essencialista das mulheres, como ressaltou DE LAURENTIS (1994), em seus estudos direcionados à análise da cultura.
Assim, primeiramente chamou-se a atenção para o caráter mítico do homem universal e essencial que tinha por traz a experiência de homens
brancos, burgueses, ocidentais e heterossexuais. Em seguida, o conceito de mulher e de homem também foi posto em xeque pelo fato de homogeneizar
as diferenças. Diferenças de classe, raça, preferências sexuais e outras, minimizando as diferenças dentro dos gêneros.
Por último, sob o impacto dos estudos ancorados no pós-estruturalismo, argumenta-se que, mais do que nunca, é preciso deixar de lado
bases e resquícios essencialistas, que não existe uma essência feminina ou masculina nas quais as identidades de gênero estejam baseadas,
salientando-se que é necessário superar a lógica binária a partir da qual explicavam-se e explicam-se essas identidades (HALL, 2001).
Nessa perspectiva, o construcionismo vê o essencialismo não só como fator que dificulta a inteligibilidade das relações e identidades
de gênero ao presumir a existência de homem e mulher universais, dificultando a articulação das diferenças das mulheres e dos homens
entre si, mas também, enfraquece o potencial crítico ao deixar encobertas outras formas de opressão (racial, étnica e de classe). Os
estudos de gênero, ao longo das últimas décadas, exerceram um papel fundamental no enfraquecimento dessas pressuposições. Como observa ELIAS
(1994:13), uma das preocupações centrais das tendências teóricas contemporâneas: (...) é claramente a procura da definição, em graus diversos
de complexidade, de uma identidade feminina e masculina, e do lugar da diferença.
Aqui, é importante compreendermos que como qualquer outro domínio da atividade humana, os comportamentos e as práticas sexuais são objetos
de controlo normativo, a começar pelos dispositivos legais que os enquadram. Contudo, a principal forma de controle social da sexualidade é
mediatizada pelas ideologias sexuais: "as ideologias de cada instituição e as suas características estruturais interagem para produzir controles
sociais sobre a expressão sexual. O mecanismo básico de controle é a provisão de um número limitado de encenações culturais"
(MAUCO, 1975; DELAMATER, 1987:238). A eficácia das encenações culturais, tal como a das normas, sanções e avaliações correlativas,
na regulação dos comportamentos sexuais depende, evidentemente, da eficácia das estratégias de socialização e de educação que lhes asseguram a
reprodução e a manutenção através das gerações. Nas sociedades ocidentais contemporâneas, uma das formas ou processos privilegiados de controle
social da sexualidade traduz-se na escolarização da educação sexual, tida como prolongamento ou complemento da educação familiar. É claro que a
educação sexual, tomada em sentido amplo, i.e., enquanto conjunto de práticas discursivas, de rituais simbólicos e de mecanismos de socialização,
constitui um traço comum a todas as sociedades conhecidas. O que é original nas nossas sociedades é a duplicação das disposições normativas de ordem
genérica pelas orientações consignadas numa ação pedagógica sistemática. (ALFERES: 1997).
No tocante a isso, a construção social da identidade masculina nitidamente tem conquistado ‘tons’ que negociam as dicotomias de papéis
sexuais entre homens e mulheres, como por exemplo, a relação binária: ativo/passiva ou dominador/dominada, processos estes ensinados, transmitidos
e repassados entre gerações, por isso a construção social de gênero é uma ação pedagógica.
HALL (2001:9) afirma que especialmente no fim do século XX, um tipo diferente de mudança estrutural tem transformado as sociedades modernas,
causando fragmentação nas paisagens culturais de gênero e sexualidade, provocando dúvidas e incertezas em algo que antes era posto como fixo,
coerente e estável. O autor revela um deslocamento e (des)centração dos indivíduos tanto de seu lugar no mundo social e cultural quanto de si
mesmos – constituindo uma crise de identidade para o individuo.
HALL (2001:9) afirma que especialmente no fim do século XX, um tipo diferente de mudança estrutural tem transformado as sociedades modernas,
causando fragmentação nas paisagens culturais de gênero e sexualidade, provocando dúvidas e incertezas em algo que antes era posto como fixo,
coerente e estável. O autor revela um deslocamento e (des)centração dos indivíduos tanto de seu lugar no mundo social e cultural quanto de si
mesmos – constituindo uma crise de identidade para o individuo.
A Violência contra a mulher
Seguindo de perto a constatação das vulnerabilidades masculinas e se vemos a violência intrafamiliar contra a mulher, por exemplo, como
uma das mais prevalentes expressões de disputa de poder entre os gêneros, se faz relevante nos ocuparmos com esta questão. Podemos compreender
melhor esta vulnerabilidade específica – a violência do homem contra a mulher – quando alcançamos o significado de poder e violência exposto por
ARENDT (1994), que destaca – apesar de em outro contexto, o de poder na política – elementos que emprestaremos aqui, para iluminarmos as terminologias
masculinas que são postas em suspeita pelas novas estruturas de papéis e identidades sexuais na sociedade contemporânea, a saber: ‘poder’, ‘vigor’,
‘força’, ‘autoridade’ e ‘potência’. Grosso modo, a autora defende que a modernidade glorifica a potência e também a violência. ARENDT, afirma que o
poder, nunca é propriedade de um indivíduo, pertence a um grupo e permanece em existência apenas na medida em que o grupo conserva-se unido. Para a
autora, o poder não existe “necessariamente para sempre”. Nada é mais frágil que o poder, que, a bem da verdade, não é senão um “potencial de poder”,
e pode, portanto, vir a esgotar-se e a modificar-se.
Continua, afirmando que a marca mais proeminente da perda do poder é a violência. O aumento da violência é sempre o signo do enfraquecimento
ou da perda do poder. Poder e violência são opostos em suas máximas, onde um domina absolutamente, o outro está ausente. Para a autora, quanto
mais poder, menos violência e quanto menos violência, mais poder. E, constata que nada é mais comum do que a combinação de violência e poder,
de sorte que o ‘poder’ normatizado em sociedades organizadas freqüentemente aparece sobre as formas de autoridade, exigindo reconhecimento
instantâneo e inquestionável.
NOLSACO (1995), afirma que há diferenças do que é ser homem e ser mulher no tempo e espaço específico. O autor afirma que hoje, podemos
observar homens que utilizam padrões tradicionais de ‘poder’, agressividade, iniciativas violentas e sexualidade incontrolada com relação às
mulheres para construir a sua identidade sexual. As tensões surgem entre a manutenção do poder do macho nas relações íntimas entre os gêneros e
a possibilidade de se viver novos modelos de masculinidade, em que se contempla a associação entre sexo e afetividade e um relacionamento igualitário
com a parceira amorosa.
HEISE (1994) em seu estudo sobre violência e gênero, corrobora com esta questão acrescentando que é necessário desafiar atitudes e crenças
sociais que fundamentem a violência dos homens contra as mulheres para então se criar formas de negociação do ‘poder’ entre os gêneros.
A autora investiga casos de violência contra a mulher numa Delegacia de Mulheres em São Paulo e apresenta qualitativamente pontos que resumem
sua análise, entre outros, os que nos interessam, é: as mulheres estão sob risco de violência, principalmente por parte dos homens que estão próximos
dela e que se sentem ameaçados nos níveis intelectual e econômico. HEISE, conclui em seu estudo que a violência é um fenômeno muito complexo, com raízes
profundas nas relações de poder baseadas no gênero, na sexualidade, na auto-identidade e nas instituições sociais, e que em muitas sociedades, o direito
masculino a dominar a mulher é considerado a essência da masculinidade, essência esta que mal interpretada, legitima a violência.
GIFFIN (1994), pesquisando também sobre violência de gênero e sexualidade, apresenta resultados de um levantamento recente de estudos e dados
internacionais sobre a violência contra a mulher. Constata em seu estudo que as raízes da violência do homem contra a mulher têm como principal
fator a ameaça das mulheres contra o seu poder. Concluímos, pois, que as representações sociais acerca do poder masculino, assim como um entendimento
do ‘poder’ nas relações de gênero na atualidade, necessitam de um olhar que alcance as novas significações tanto na sexualidade quanto na identidade
masculina.
A Violência contra o próprio homem
É no bojo desta discussão, que se instaura a principal problemática: a potência masculina forja-se enquanto instituidora da identidade masculina
a partir de elementos biológicos, essencialistas? Ou, a potência masculina é construída e formatada por elementos sócio-culturais expostos a alterações
de significados? Tomando a noção de que a identidade é concebida como situacionalmente construída e definida no cruzamento dos sistemas diferentes de
alteridade e estratificação, falar de uma identidade masculina hegemônica é negar uma outra possibilidade diante da que a dominação impõe.
LISAK (1993) em seu estudo sobre a identidade de gênero masculina e agressão sexual – baseado num grupo de homens universitários que cometeram
estupro e um grupo de controle – conclui que no processo do desenvolvimento da identidade de gênero, um fator chave é a agressão sexual. Considera
que, nos esquemas culturais, o resultado da identidade masculina é uma forma de “auto-mulitação”, onde os homens sofrem da alienação de reprimir as
partes de sua própria personalidade consideradas femininas. Para os homens, cuja identificação de gênero exige a identificação com a razão, não só sua
identidade social mais ampla, mas também, a identidade sexual exigiria o afastamento (ou a não-identificação) do seu lado emocional, para manter sua
diferença/superioridade em relação às mulheres. Neste sentido, o corpo masculino e sua potência seriam uma ameaça constante à razão, ao controle e á
própria identidade dos homens.
Os estudos de HOROWITZ & KAUFMAN (1989), tratam da teoria da libertação masculina, que compreende escapar da ‘violência social’ a qual os homens
são expostos na sociedade patriarcal, violência que os obrigam a empreenderem o ‘poder’, a mostrarem-se viris, oprimindo, agredindo e dominando as
mulheres. Os autores chamam a atenção para os possíveis caminhos de escape para os próprios homens, apontando a necessidade de discussão e identificação
de áreas conflitivas relacionadas com o sexo, com a bissexualidade, homossexualidade e com os construtos sociais de passividade e atividade sexual.
Começam a esboçar particularidades da sexualidade masculina enquanto constitutivas da identidade que necessitam de um especial e cuidadoso olhar,
pois se expandem para além da esfera sócio-histórica. Os autores revelam as dificuldades que culminam em causalidades físicas, como por exemplo, a
‘impotência sexual masculina’.
COURTENAY (2000), tendo proposto analisar os riscos da saúde masculina nos Estados Unidos a partir das noções de sexualidade e de gênero nas
propostas da teoria feminista e da sócio-construtivista, o autor, aponta em seu estudo, a construção social das identidades e a relação de poder
entre os gêneros, como os elementos que carecem de maior atenção da classe médica. Tendo explorado os indicadores: étnicos; status social; e nível
de escolaridade, COURTENAY concluiu, que muitos homens adoecem fisicamente – e não só na área sexual propriamente dita – por não conseguirem impor
domínio e exercer poder nas relações com as mulheres. Revela que os homens procuram mulheres com as quais possam sentir-se superiores, pois os
significados de sua masculinidade denotam controle intelectual, econômico e social sobre as parceiras sexuais.
GUERRIERO e Cols. (2002) com o objetivo de identificar aspectos da masculinidade relacionados à vulnerabilidade dos homens à infecção
pelo HIV, os autores realizam uma pesquisa qualitativa com homens na cidade de SP. Analisaram aspectos como a sexualidade, a infidelidade,
o preservativo, e as DSTs/AIDS. Como principais resultados, levantaram os aspectos que tornam os homens mais vulneráveis, entre eles, estão:
sentir-se forte, imune a doenças; ser impetuoso e correr riscos; considerar que o homem tem mais necessidade de sexo e que seu desejo em dominar
a mulher sexualmente falando, é incontrolável. E quanto à infidelidade, torna-se relevante ressaltar que os autores verificaram nas ‘falas’ dos
entrevistados uma tendência de se culpar o próprio homem pela infidelidade da mulher, sendo que o sentido que reveste as justificativas centram-se
em demonstrar que o homem cujo a mulher lhe foi infiel, é um homem impotente e que falha em dominá-la.
WELZER-LANG (2001), questiona os esquemas que constroem e fortalecem a identidade e a dominação masculina, revisitando a literatura
feminista francesa contemporânea. O autor analisa as relações sociais de sexo a partir de um modelo: a pseudo natureza superior dos
homens, que remete à dominação masculina, ao sexismo e às fronteiras rígidas e intransponíveis entre os gêneros masculino e feminino.
E conclui que, na literatura francesa, cada autor à sua maneira, mostra como a dominação é apresentada como óbvia, como um fenômeno natural,
integrado de algum modo à divisão social e hierárquica dos sexos. E finaliza dizendo que da análise crítica da opressão das mulheres, nasceram as
lutas contra o sexismo e o patriarcado. O autor utiliza-se de uma metáfora/conceito, para tratar da socialização e a dominação masculina. O que ele
chamou de “a casa-dos-homens”: ambientes onde os meninos, rapazes e homens adultos aprendem cada etapa da construção do masculino. Desde os jogos
eróticos mútuos com práticas homossexuais, passando pelas competições e maratonas de masturbação, até chegar às excitações sexuais coletivas, esses
ambientes agregam os mais meninos mais experientes para iniciarem os mais novos, mostrando, corrigindo e moldando os que buscam acesso à virilidade.
Este exemplo é claramente um extrato, uma pequena parte do que a sociedade não no privado, mas no público, alimenta e exige para a construção da
identidade masculina calcada na virilidade.
Neste contexto, neste rito de passagem, da educação da dominação das mulheres e da funcionalidade viril, um aspecto não pode ser esquecido,
o de que a ritualização, é ao mesmo tempo, submissão ao modelo e obtenção de privilégios do modelo. WELZER-LANG se remete às “casas dos homens”,
também com a designação de a “antecâmara do abuso”. Para ser viril, o menino sofre a iniciação que pode significar também violação. Aqui, virilidade,
violação e violência se misturam na construção da identidade masculina dominadora.
Neste contexto, neste rito de passagem, da educação da dominação das mulheres e da funcionalidade viril, um aspecto não pode ser esquecido,
o de que a ritualização, é ao mesmo tempo, submissão ao modelo e obtenção de privilégios do modelo. WELZER-LANG se remete às “casas dos homens”,
também com a designação de a “antecâmara do abuso”. Para ser viril, o menino sofre a iniciação que pode significar também violação. Aqui, virilidade,
violação e violência se misturam na construção da identidade masculina dominadora.
REFERÊNCIAS
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