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INFINITA


Subitamente me parece
que você enche o mundo...
que sua doçura desborda
até o último
cantinho do universo.

Que é fonte aberta,
Manancial extenso,
Vertente formidável.
Infinidade semeando infinidade.

Insondável oceano:
no qual me afogo e ressuscito,
no qual me afundo e emergo,
no qual me perco e me eternizo

É um afluente
sem ribeiras e sem portos:
no que bebo e me embebedo.
É abóbada extensa,
soneto verdadeiro
que se materializa
na ternura do crepúsculo

Infinito deleite:
mel apetitosa.

Estátua de pele, ossos e sangue.
Catedral onde arde minha paixão.

Entidade amada e desejada
onde sacio minha fome,
e me dou a seu fogo:
enlameado de vida,
salpicado de beijos,
semeado de ilusões:
cingido a seus poros,
navegando sob a luz seus olhos,
pelas torrentes de sua fisionomia.

Ah! claro que você é infinita...

E este mundo é intenso
refletido na luz de tuas pupilas!



Poema de Jorge Luis Gutiérrez (Chile)
Poema publicado no Livro
“Fragmentos de Ternura, Filosofia e Desterro”
São Paulo - 2006