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O DUPLO NA PERSONAGEM DE AMLETO EM VIVA O POVO BRASILEIRO:
TRANSFORMAÇÃO E ASCENSÃO SOCIAL


Rosana Bignami Grecchi


Doutoranda em Letras pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, onde ministra cursos de Graduação, mais especificamente trabalhando com Literatura Brasileira e Identidade. Mestre em Ciências da Comunicação, pela ECA-USP.(USP).





O romance Viva o Povo Brasileiro de João Ubaldo Ribeiro apresenta inúmeras personagens e múltiplas vozes que percorrem uma história de quase quatro séculos, cadenciada pelas trajetórias das linhagens familiares que, na verdade, procuram compor um quadro de acontecimentos que aludem à história nacional. Embora negada pelo próprio autor a semelhança com o "romance histórico", não há como não pensar, ao seguir a narrativa, nos inúmeros fatos, símbolos, crenças e mitos brasileiros conhecidos e reconhecidos no imaginário social. A análise da narrativa - que além de extensa é rica em termos de possibilidades textuais - através de seus personagens, sugere uma leitura da identidade brasileira. Entre outros personagens, muitos dos quais ocupando espaços privilegiados na narrativa, Amleto tem função relevante na nossa análise. Amleto é mestiço, jovem, trabalha para o Barão de Pirapuama, tem boa articulação e sabe se expressar de forma marcante.

Sem uma história precisa, Amleto é filho de um pai do qual não se conhece bem a origem ou onde resida (Vive na Inglaterra, não temos notícias há muitos anos) (RIBEIRO, 2007, p.71); igualmente, sua mãe só tem o primeiro nome, embora Amleto a apresente como professora das primeiras letras, indicando que suas origens são cultas, apesar de ser mestiço. Em rápida conversação com o Cônego sabemos que Amleto foi educado em escolas públicas, criado somente por sua mãe; tem origens anglicanas; é arrogante e petulante a ponto de manter uma conversa com o Cônego diante de uma plateia que assiste ao diálogo silenciosa. Obviamente, como era de se esperar, na abordagem à maneira de Sócrates proposta pelo Cônego, Amleto não consegue dar a última palavra. Limita-se a tentar, "porque a assembleia murmurava em êxtase a respeito do triunfo de D. Araújo Marques e já ele dava a estocada final" (RIBEIRO, 1998, p. 73).

No breve colóquio, D. Francisco Manoel de Araújo Marques espolia o mestiço também no tratamento ao errar o seu nome, trocando-o por Amulete no lugar de Amleto. O breve aparecimento de Amleto no fragmento da narrativa deixa a certeza de que a personagem é relevante, sobretudo por dois aspectos paradigmáticos: 1. ao abandonar e negar suas origens, Amleto sofre uma transformação (deixa de ser mestiço e passa a ser branco e alcança uma profunda ascensão social), e 2. a trajetória ascendente não é fruto dos méritos pessoais da personagem, mas sim de um elaborado plano fraudulento (a cada movimento para o alto corresponde uma ação inautêntica).

Nesse contexto, pretende-se, com o presente artigo, apresentar uma leitura da personagem de Amleto e de seu desenvolvimento na narrativa, como um exemplo de um duplo, na medida em que esta personagem deixa de ser o que era, desdobrando-se em algo novo que é reconhecido mediante transformações estéticas e artefatos éticos (ou antiéticos). A duplicidade de Amleto está presente também na negação de suas origens, exercida na personagem materna (que é negra e que ele recusa) e na ausência da personagem paterna (ignora-se quem seja, de onde é, onde vive). É também interessante notar que, ao sofrer uma mutação, deixando de ser o que é (mas, que ele nega) para ser o que não é (o que a personagem visa ser), Amleto procura envolver todo o seu núcleo familiar, alterando dados de registro, educando os filhos à maneira estrangeira, vivendo um dia-a-dia não seu. A incorporação de elementos estranhos ao seu modo de ser nos conduz ao trabalho de Freud Das Unheimlich (O estranho) escrito em 1919. A leitura psicanalítica faz um exame do sentimento de estranheza decorrente da perda de distinção entre imaginação e realidade. Amleto, na verdade, percebe a perda de identidade, uma vez que ele mesmo busca se perder. Porém, o fato mais importante, é o modo como ele percorre essa perda de identidade. O seu objetivo é a ascensão e ascensão para um mestiço, na narrativa, significa a busca pela brancura, o ser branco, o ser superior, o elevar-se através do branqueamento.

O seu duplo, no romance, não chega a ser outra personagem, mas sim, é a resposta futura ao passado (que morre) de outra personagem. Do mestiço que é apresentado na narrativa pelo próprio patrão, no romance de Ribeiro (2007) - Amleto Ferreira, meu guarda-livros - interferiu Perilo Ambrósio apressadamente. - Pessoa muito querida da casa, meu braço direito. (p. 68) - à imagem descrita por uma empregada, a negra Juvi, poucos dias antes de sua morte - O cabelo deu para ficar cada vez mais ralo, a pele muito branca e macilenta, o nariz encompridou, a voz tornou-se roufenha e débil... (p. 460) - profundas transformações marcaram a vida da personagem. O duplo apresentando recorda e encontra semelhanças no duplo da personagem criada por Luigi Pirandello na sua obra O falecido Mattia Pascal (em italiano Il fu Mattia Pascal), escrita em 1904. A personagem Mattia Pascal é dada por morta e, após superar o choque inicial ao descobrir que "está morto", decide criar uma nova vida, com outro nome, nova identidade e distante dos antigos amigos e familiares. Como se pode observar, a personagem é um exemplo do sujeito que é prisioneiro das máscaras sociais e, em função de uma ocasião acidental, procura uma realidade fora de si, uma nova realidade, um duplo.

Na mesma medida, Amleto, não de forma acidental, mas pensada nos mínimos detalhes, se transforma e se molda a um novo eu, e o seu duplo é tão distante e distinto da sua forma primordial, quanto o são o dia da noite. Nessa perspectiva, Cunha (2005) esclarece:

O conceito mais comum relativamente ao duplo é que este é algo que, tendo sido originário a partir de um indivíduo, adquire qualidade de projeção e posteriormente se vem a consubstanciar numa entidade autônoma que sobrevive ao sujeito no qual fundamentou a sua gênese, partilhando com ele uma certa identificação. Nesta perspectiva, o DUPLO é uma entidade que duplica o “eu”, destacando-se dele e autonomizando-se a partir desse desdobramento. Gera-se a partir do “eu” para de imediato, dele se individualizar e adquirir existência própria.

Comendador Amleto é, portanto, na narrativa, o duplo de Amleto, pois se destaca dele e adquire autonomia. É o resultado de um processo de negação da sua origem. A nossa análise, no entanto, visa a esclarecer qual estratégia metodológica utilizou a personagem para se transformar; a quais artifícios recorreu para deixar de ser o que era e conquistar um novo posicionamento na narrativa?

Sabe-se que Amleto é o guarda-livros de Perilo Ambrósio, Barão de Pirapuama, personagem de linhagem nobre, fausto e impaciente. Perilo Ambrósio confia seus negócios ao guarda-livros, pois há muitas responsabilidades, bens, pessoas e recursos sob os seus comandos. A narrativa nos revela discretamente a confiança que Perilo tem em Amleto:

(...) Temos 32 caldeiras, uma capacidade de cerca de 15 toneis, mas na safra muitas vezes não damos vencimento a todo o trabalho, mesmo com os negros parando somente à hora do almoço e virando a noite.
- Quantos negros há lá trabalhando?
Perilo Ambrósio olhou para Amleto, que saltou com animação para falar. Não havia um número certo, explicou, isto dependia da quantidade de trabalho e da pressa que tivesse alguma encomenda (...). (RIBEIRO, 2007, p. 123, grifo nosso)

De fato, o Barão de Pirapuama não tem controle sobre os seus negócios, deixando as contas, as ordens, a organização e os papeis nas mãos de Amleto que os administra com competência.

Fazia mais de um mês que o barão se adoentara e quase um mês que, forçado pelas circunstâncias e pela confiança crescente que sua competência e exação lhe asseguravam, Amleto Ferreira respondia pelo expediente do escritório do Terreiro de Jesus. Isto queria dizer que conduzia todos os negócios do barão, até mesmo os mais pessoais, eis que Perilo Ambrósio, com a doença, alternava sua disposição entre acessos apopléticos de cólera (...) e estados de fundíssima melancolia (...). (RIBEIRO, 2007, p. 179, grifo nosso)

A competência, no entanto, aos poucos, vai se revelando desfavorável ao Barão, na medida em que a personagem inicia seu sinuoso plano de subtração fraudulenta. Contando com a ajuda, no início, de seu cunhado, Emídio, Amleto retira mercadorias, desvia dinheiro e frauda documentos:

- Aqui está. De drogas, comprei 320 mil-réis, passei ao armazém 220, compro-te de volta os mesmos 220 por 230. De vinagre, comprei duzentas quartas, passei-te 150 para venderes a 230 a quarta, compro-te tudo de volta a 240. De cevada... (RIBEIRO, 2007, p. 193)

Se nas suas práticas escusas Amleto encontra a fórmula para enriquecer financeiramente e assim realizar a sua ascensão social, em nível pessoal a acumulação de riqueza não é suficiente para que ele se sinta recompensado. Será necessário modificar completamente o seu ser e criar um duplo de si capaz de, na narrativa, representar uma nova linhagem, independente do seu passado. A primeira recusa às origens é nos fornecida no texto na data de 17 de março de 1839, ocasião em que batizaria seu sétimo filho. Retrocedendo no tempo da narrativa, Amleto se recorda da ocasião em que o padre-adjutor do Vigário Geral lhe entregou a certidão de batismo falsa, na qual, a personagem lê o seu novo nome que evoca, contemporaneamente, o antigo, o anterior, a origem: ao invés de Amleto Ferreira, Amleto Henrique Nobre Ferreira-Dutton. A incorporação do elemento estrangeiro, do termo qualificativo de nobreza, bem como a composição do nome próprio mediante dois vocábulos reflete uma escolha ideológico-lexical que busca elevar a origem da personagem. De fato,

(...) a escolha em favor de um determinado processo lexicogênico, quando da introdução de um novo vocábulo, é totalmente livre e resulta exclusivamente do arbítrio do criador (...), [porém] a partir do instante em que tal escolha (...) começa a sofrer algum tipo de coerção em termos de norma, (...) passam a existir (...) regras de criação lexical que, de certo modo, vão condicionar as perspectivas futuras do léxico em questão. É nesse sentido que podemos dizer (...) que tais escolhas (...) dizem respeito à própria ideologia do léxico de uma língua, especialmente no que tange aos elementos léxicos de origem externa, pois é sobretudo em face da influência estrangeira (...) que o caráter ideológico do léxico vai sobressair. (BIZZOCCHI, 1997, p. 40)

Ora, a aquisição de um nome falso, além do seu aspecto ilegítimo, comporta em ponderar sobre a própria justificativa fornecida pela personagem. Segundo Amleto, a necessidade de ter um nome composto advém do fato de ser indispensável homenagear ao pai (Amleto) e à tradição inglesa (Henrique); quanto ao sobrenome o Ferreira seria de sua mãe, descendente dos Ferreiras de Viana do Castelo e o Dutton, nome inglês, de seu pai, John Malcolm Dutton. No entanto, não há nenhum papel ou escritura que comprove tais origens (os documentos se perderam, os padrinhos não tiveram cuidados, houve a guerra napoleônica, enfim, a lista de obstáculos é vasta). Daí, a necessidade de se fazer a correção, mediante a ajuda da Igreja que, por sua vez, recebe de Amleto o reconhecimento por meio de inúmeros favores. A importância do nome como símbolo de ascensão social também se dá no seu perpetuar, pois a linhagem permanece graças ao nome: - No caso de meus filhos, que, graças também à compreensão que sempre mereci da Igreja, já pude batizar com seus verdadeiros nomes... (RIBEIRO, 2007, p. 261).

A criação do duplo de Amleto não decorre somente em função da mudança no nome ou da escalada na esfera social. Ela advém também de uma profunda transformação estética da personagem contida na narrativa de João Ubaldo Ribeiro e é um exemplo relevante do tema que trata sobre as questões raciais e o ideal de branqueamento da população brasileira. Amleto chega ao limite a fim de se liberar do seu passado e adquirir uma nova conformação, com características de um novo ser. A troca de uma máscara por outra, a caracterização da personagem, a mudança de hábitos, o uso contínuo de um léxico que foi apropriado do exterior, como exemplo de assimilação ideológica, a troca de fisionomia e a criação de um aparato que se consubstancia em um conjunto de títulos, documentos e referências idôneas a atestar a sua nova existência, vão sendo mostrados na narrativa, como exemplo de construção de um novo ser.

Um dos hábitos é o de, por exemplo, dormir com uma touca untada por uma camada espessa de caldo de babosa (aloés dos ingleses), conhecida planta com propriedades emolientes e hidratantes, segundo o saber popular. O objetivo é o de alisar os cabelos de forma que, ao acordar, os possa pentear e se parecer com um inglês. Além da aplicação de babosa, Amleto recorre à água de alfazema (lavanda inglesa), também em uma clara alusão a sua vontade de percorrer as veredas que o conduzirão as suas origens britânicas. O seu ritual estético o faz evitar o sol, por considerá-lo uma forma de agressão "para escurecer-lhe a cor sem piedade como já acontecera, virando-o mais uma vez num mulato" (RIBEIRO, 2007, p. 254).

A recriação de Amleto percorre também a negação de sua mãe que é negra, a quem ele reconhece a origem somente quando estão a sós, mantendo-a afastada de sua família e recebendo-a somente em ocasiões inevitáveis. A sua não aceitação é sofrida, porém, como a própria personagem explica, idealizada para o bem de todos:

Ah, mãezinha, bem sabes quanto me dói também esta situação, pensas que não tenho sentimentos, que não choro à noite em pensar na minha mãezinha lá sozinha e eu sem poder sair à rua com ela! (...) Mas não sabes, diz-me, diz-me, por caridade diz-me, não sabes que isso, esta horrível situação, é para o nosso próprio bem? (RIBEIRO, 2007, p. 264)

O ideal de branqueamento e consequente duplicação de seu ser, tanto almejado pela personagem, requerem também a assimilação de gostos culturais e apropriação de hábitos e modos de agir e de falar de evidente influência europeia. Assim, iremos observar Amleto explorando o negro; ele estará ocupado saboreando um doce pudim de arroz inglês; seus filhos irão estudar com preceptoras alemãs e terão uma governanta inglesa; seus desjejuns irão ser realizados com rins grelados, arenques defumados, mingau com passas, pãezinhos fofos, chá e torrada com geleia; ele irá notar o quanto seus filhos são alvos e seus cabelos são lisos e finos. A obsessão na sua transformação é tal que "a personagem estará às voltas com a assimilação das formas estereotipadas ou esterilizadas da língua" (CUNHA, 2006, p. 93). Assim, Amleto Humberto Ferreira-Dutton irá inserir no seu discurso latinismos, estrangeirismos e expressões ou termos de uso incomum: data venia, rice pudding, Dieu et mon droit, Le Roy le veult, Cui prodest, fide, sed cui, vide. Hábito que, devido a sua insistência, irá se perpetuar e ser compartilhado por alguns de seus filhos. Sua valorização do elemento estranho está registrada também na sua valorização da língua estrangeira que, segundo a personagem, reiterado por incontáveis vezes pelo narrador que o acompanha, seria superior.

Lamentou que não tivesse o país sido colonizado por ingleses. Pediu licença para contar uma anedota, disse que seu filho Bonifácio Odulfo, um francófilo impenitente, um engraxate do tenentinho corso - coisas de poetas, que lhe passarão como passou o sarampo -, rechaçara o pedido que lhe fizera para que aprendesse o Inglês.
- Língua de bárbaros! - dissera. - Uma língua que não tem subjuntivo só pode ser suspeita!
Amleto confessou que rira muito com aquilo. Mas depois, seguindo o costume de esmiuçar antes de dormir tudo aquilo que o fizera rir, chegou à conclusão de que a ausência de flexão verbal no Inglês era sinal de superioridade.

O extremo da negação do seu próprio ser e de suas origens é deflagrado quando a personagem, ao se referir ao povo brasileiro, esclarecendo a sua opinião sobre o que vem a ser este conceito, exclui a si mesmo do discurso:

- Observe bem o caro major e compadre (...). Mas, vejamos bem, que será aquilo que chamamos de povo? Seguramente não é essa massa rude, de iletrados, enfermiços, encarquilhados, impaludados, mestiços e negros. A isso não se pode chamar um povo, não era isso o que mostraríamos a um estrangeiro como exemplo do nosso povo. O nosso povo é um de nós, ou seja, um como os próprios europeus. (RIBEIRO, 2007, pp. 272-273)

Ao se reconhecer como um europeu, Amleto nega a si mesmo e recria a partir de si um novo ser, que só se reconhece europeu e branco e que, por sua vez, recorta de si a parte que cabe às outras eventuais origens suas. No processo de duplicação, a personagem se desliga de suas raízes africanas, de todo e qualquer indício que possa recordar a sua negritude ou o seu ser mestiço: nega a sua cor e o seu fenótipo; nega a sua origem materna, por ser negra; nega os seus hábitos culturais (alimentos, cotidiano, língua, comportamento, círculo de amizades); nega também a sua índole, ao ter que se servir do dolo a fim de obter recursos financeiros dos quais não dispõe e, dessa forma, realizar a elevação na escala social. Portanto, se é possível considerar que a negação de si mesmo atuada por Amleto procede com o surgimento do seu duplo que representa, na narrativa, a ascensão social, torna-se evidente que a personagem atua como uma espécie de representante simbólico do branqueamento racial idealizado para a nação brasileira. Finalmente, torna-se relevante apontar para o fato de que o branqueamento realizado pelo mestiço, na sua evidente forma duplicada, se dá mediante a falsificação, induzindo naturalmente à consideração de que a prática da má-fé e da astúcia é um das peculiaridades do domínio mestiço.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BIZZOCCHI, Aldo Luiz. Léxico e ideologia na Europa Ocidental. São Paulo: Annablume, 1997.

CUNHA, Carla. Verbete "Duplo". In: E-dicionário de termos literários. http://www2.fcsh.unl.pt/edtl/verbetes/D/duplo.htm acessado em 1º de novembro de 2009.

CUNHA, Eneida Leal. Estampas do Imaginário. Literatura, história e identidade cultural. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006.

RIBEIRO, João Ubaldo. Viva o Povo Brasileiro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007.

TAVARES, Braulio (org.). Freud e o Estranho. Contos Fantásticos do Inconsciente. Rio de Janeiro: Ed. Casa da Palavra, 2007.