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POLÍTICAS PÚBLICAS, MÍDIA, EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE


Cristiane Benevides
Daniela Paz
Marta Lago
Maria Jesus
Priscila Ferracini

Alunas do Curso de Pedagogia (Mackenzie)


RESUMO

O presente trabalho tem como finalidade trazer ao conhecimento do leitor o que são políticas públicas e como funcionam. Neste, as políticas públicas tratam do projeto de meio ambiente relacionando mídia e educação na cidade Jaú no Estado de São Paulo, para uma cultura de sustentabilidade ambiental e conscientização de todos, visto que, o meio ambiente é um dos fatores que mais preocupa a sociedade na atualidade. Procuramos mostrar como a mídia e seus recursos podem influenciar no desenvolvimento e consolidação de uma idéia, como o projeto “Educar para reciclar” do município de Jaú realizado por alunos da escola Profª. Maria de Lurdes Camargo Mello e o projeto “Criança Ecológica” da secretaria do Estado de São Paulo.Fundamentamos nossa discussão focada na educação e comunicação. Os resultados indicam que se o suporte midiático for mal usado interferirá no entendimento da proposta concebida.


Palavras Chave:

Meio Ambiente, Educação, Políticas Públicas.




POLÍTICAS PÚBLICAS E A MÍDIA

A questão ambiental vem ganhando grande destaque na mídia, principalmente com a participação das indústrias no uso de recursos naturais na suas grandes produções, e defesa por um desenvolvimento sustentável.

O conjunto de ações coletivas voltadas para garantia dos direitos sociais define-se como políticas públicas tendo como objetivo de que todos os envolvidos, em políticas públicas, participem de todo o processo de sua problematização, formação de alternativas para sua resolução, sua agenda e legitimação da política escolhida. “Políticas públicas é o Estado implantando um projeto de governo, através de programas, de ações voltadas para setores específicos da sociedade” (HÖFLING, 2001, p.1). Os projetos “Educar para Reciclar” e “ Criança Ecológica” do município de Jaú e cidade de São Paulo, focam o problema ambiental, como a reciclagem do lixo e visa a conscientização e formação para um ser humano que se adéqüe há novos costumes, uma nova cultura para meios sustentáveis de vida e utilizar a mídia como um meio de informar e concretizar o projeto.


PROJETO CRIANÇA ECOLÓGICA, SEU OBJETIVO

A preocupação na criação de um projeto que formasse uma nova cultura de sustentabilidade do planeta faz surgir o movimento pela ecopedagogia, um projeto alternativo global cuja preocupação não está somente na conservação da natureza, mas em um novo modelo de civilização sustentável do ponto de vista ecológico. Está ligado há um projeto utópico para mudar as relações humanas sociais e ambientais que temos hoje.

Esse projeto visa às escolas como principal fonte para uma educação que privilegia o meio ambiente como foco principal na sua vivencia diária, fazendo com que os educandos tenham contato direto com a temática de maneiras interdisciplinar no seu dia-a-dia.

Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro, que inspirou educadores de vários países e serviu como referência para a elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais, ele aborda temas como o conhecimento (e seu intrínseco erro e ilusão), a visão de todo e contextualização, a identidade humana, os valores e a ética (MORIN, 2000).

Dessa forma, podemos perceber pelos PCN`s que a construção se da de uma forma interdisciplinar como citamos acima visando a vivencia e o reconhecimento do ser no próprio meio.

A secretaria do meio ambiente de São Paulo realiza o projeto “Criança Ecológica” com princípios da ecopedagogia para fomentação de uma nova cultura.O Projeto visa crianças do ensino fundamental I, de 8 a 10 anos e tem o objetivo de sensibilizar as crianças sobre os conceitos básicos da agenda ambiental, visando a mudança de comportamento e a afirmação de novas atitudes.

O Programa possui sete unidades pedagogicamente preparadas que recebem as excursões de alunos, as visitas das escolas podem ser agendadas por telefone. As crianças são acompanhadas por monitores por todas as áreas do projeto que são Vila Ambiental, bicho legal, água amiga, verde vivo, floresta legal e pomar urbano, todos possuem personagens ambientais que utilizam do lúdico e do binarismo, luta entre o bem e o mal, para difundir o aprendizado sobre ecológica e desenvolvimento sustentável. Pois como explica Fonteles, uma das formas do sucesso dos textos culturais se dá pelo uso da “... luta entre o bem e o mal - apresentando na estrutura da narrativa de traços simpáticos e antipáticos; o herói e o anti-herói. De acordo com Morin, tal estrutura provoca a participação afetiva do telespectador” (FONTELES, 2008, P. 62).

Ao final todas as crianças são presenteadas com o livro “Criança Ecológica - Sou dessa Turma!”


PROJETO “EDUCAR PARA RECICLAR” NO MUNICÍPIO DE JAÚ

O projeto Educar para reciclar é desenvolvido pela Associação de Catadores de Papel (ACAP) em parceria com a Prefeitura Municipal de Jaú, através das secretarias de meio ambiente e educação e visa envolver estudantes e familiares do município com a coleta de lixo seletiva do lixo doméstico.

A apresentação do projeto foi realizada na EMEF Profª Maria de Lourdes Camargo Mello, localizada no Jardim Jorge Atalla, onde os alunos foram pessoalmente a associação e puderam conhecer o processo de reciclagem e as pessoas que fazem parte do projeto.

O objetivo da instituição, Associação de Catadores de Papel (ACAP), é realizar uma forma de aprender novas maneiras de aproveitamento e outras formas de contribuir com o meio-ambiente evitando o desperdício. Nesse sentido, a prefeitura de Jaú se engajou no Projeto da Secretária do meio ambiente Criança ecológica, e vem trabalhando nas escolas do município.

Em contato com a prefeitura, o setor responsável pelo projeto, comunicou que a meta é atingir 100% das escolas. Há todo um trabalho de mídia, o projeto é divulgado pelas redes de TV locais e pelas rádios, com enfoque nas escolas.

O projeto conta com o total apoio da prefeitura que utiliza das três mídias, que segundo Fonteles (2008) são elas: a mídia primária na utilização de peças teatrais referente ao meio ambiente, a secundária quando faz a divulgação dos eventos por panfletos, pôster de divulgação sobre as questões ambientais e a terciária com a utilização dos meios eletrônicos como a internet, televisão local e rádios.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar da vulgarização[1] da mídia, o Projeto da Secretária do meio ambiente Criança ecológica, foi adotado pelas escolas da cidade de Jaú, umas delas a EMEF Profª Maria de Lourdes Camargo Mello.

A escola citada acima é uma das diversas escolas que abraçou o projeto e trabalha fielmente a questão do meio ambiente com seus alunos. A escola trabalha com o auxílio da mídia para dar continuidade em outros âmbitos que não sejam escolares, de forma que as comunicações entre os alunos e as demais pessoas sejam intensificadas para a transmissão de conhecimento sobre a importância do projeto. O projeto criança ecológica procura utilizar da mídia, com sites e livros, porém quanto estas ferramentas não estão disponíveis, as informações se tornam dispersas.

A mídia como mediadora de um projeto funciona como propagadora e através de seus meios divulga e fixa a ideia do projeto eticamente. Porém, quando esta é mal articulada é vulgarizada e passa algo superficial, generalizado e jogando várias informações de forma descontextualizada e fragmentada.

Defende Freire (2003), que para que haja o conhecimento, é necessário ter comunicação, cuja informação deve ser passada de forma detalhada, esclarecida e problematizada. É preciso comunicar-se uns com os outros, sem centralizar a informação, mas utilizar dos meios da mídia para desenvolver e propagar a ideia fazendo com que chegue aos envolvidos no projeto de forma clara. Sendo assim, a mídia usada corretamente, de forma cidadã, só vem a complementar e expandir o conhecimento através da comunicação que ela possibilita. Pois “... a comunicação é algo absolutamente necessário para que haja conhecimento”. (FREIRE, 2003.p.19). E esse conhecimento quando é construído e partilhado por todos os envolvidos, favorecerá um maior envolvimento, e comprometimento de todos os interessados, e não meramente estético como apregoa Morin (1997), cujos sentimentos pela causa são intensos, mas distanciados de compromissos. Uma mídia que apresenta ideias e conceitos fragmentados não deseja a participação de pessoas de forma consciente e sim como consumidores. E se as pessoas, alunos, são vistos como consumidores, há que se pensar em uma propaganda e campanha apenas espetacular, objetivando entreter os participantes. Mas estes não questionarão as dificuldades, as temáticas que envolvem questões como falta d`água, sanitárias, saúde, doenças. Uma mídia cidadã e dialogal provocará nos sujeitos uma reflexão, cujos desdobramentos sociais irão incidir na vida dos próprios sujeitos envolvidos.


REFERÊNCIAS

FONTELES, H.A. O processo de vulgarização na escola pela mídia. In:DOLGHIE, Jacqueline; FONTELES, Heinrich; CAMPOS, Breno. Cultura, Mídia e Educação- abordagens transdisciplinares. Ed. Livro Porto. São Paulo, 2008.

FREIRE, P. Sobre educação. ed. São Paulo: Cortez, 2003

HÖFLING, Heloisa. Estado e Políticas Públicas Sociais. ad.CEDES v.21 n.55 Campinas nov. 2001. ISSN 0101-3262.

MORIN, Edgar. Cultura de massas no século xx: o espírito do tempo. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997. v.2.

_____________. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez, 2000.

RUY, Rosimari. A Educação Ambiental na Escola. Artigo 26/Maio. São Carlos, 2009.

www.criancaecologica.sp.gov.br - visitado em 13/05/2009

www.jau.sp.gov.br - visitado em 12/05/2009


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Notas

[1] MORIN, (1986) Apud FONTELES, 2008


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