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NOVAS TECNOLOGIAS NA ESCOLA E EM AMBIENTE NÃO ESCOLAR


Ana Haim
Beatriz Torres
Roberta Appendino
Vanessa Araújo

Alunas do curso de Pedagogia (Mackenzie)


Resumo

Este artigo estuda a influência da tecnologia na educação em espaços escolares e não escolares. Observamos e avaliamos como são utilizadas as novas tecnologias como recurso de auxílio aos professores em sala de aula e profissionais em espaços não escolares. Primeiramente discutimos sobre a relação tecnologia e educação e, nesse sentido, como as novas tecnologias enquanto recurso didático bem planejado pode ser utilizado para introduzir e aprofundar conhecimentos e colaborar para a construção dos mesmos. Num segundo momento avaliamos duas instituições escolhidas que atuam em espaços escolares e não escolares. Encontramos no espaço escolar pesquisado alguns recursos tecnológicos tais como computador e lousa digital que colaboram positivamente no processo de aprendizagem, pois acaba por diferenciar as aulas convencionais. Tornam as aulas mais dinâmicas, pois despertam a atenção e possibilitam a interação com a realidade do aluno. Já a segunda instituição - não escolar, abre um espaço de oficinas para a comunidade e contribui para novas oportunidades de trabalho. Desta forma, após essas pesquisas, acreditamos que a tecnologia para ser usada na educação deve ser bem planejada - utilizada como complemento escolar e não-escolar, pois favorece duas realidades - a do professor - que terá que planejar e estudar para usar esses recursos, e a do aluno que terá novas formas de estímulos à sua aprendizagem.

Palavra-chave:

Tecnologia, Educação, Espaço escolar e não-escolar


Introdução

Na sociedade moderna em que vivemos os meios de comunicação vêm crescendo, se desenvolvendo e cada vez mais as novas tecnologias vem interferindo diretamente na formação das pessoas, sejam elas crianças, jovens ou adultos, através da televisão, do computador, do rádio, do celular, etc. Atualmente, o papel do indivíduo na sociedade está sendo modificado, pois, por exemplo, o professor passa a ter outros recursos para utilizar em sala de aula a partir das novas tecnologias. Devido a estas transformações, o grupo tem por objetivo neste trabalho pesquisar, em instituições formais e não-formais, a forma como estas novas mídias estão sendo implementadas em prol da educação.

Escolhemos o Lar doce Lar[1], localizada no Alto da Boa Vista da cidade de São Paulo, que desenvolve uma série de oficinas educativas, entre elas o Laboratório de Informática e que tem como objetivo capacitar crianças, adolescentes, jovens e pais através de aulas individuais ou em grupos para utilizarem computadores e entender a tecnologia, respeitando-se obviamente, cada faixa etária.

A outra instituição escolhida foi a Escola Logo[2], que tem como um de seus objetivos educar faz com que seus alunos estabeleçam hipóteses, criem relações com o meio em que vivem através de projetos e dos recursos de comunicação e informática. Os professores são orientados a utilizar as mídias sempre que possível, trazendo para a sala de aula novas formas de adquirir conhecimento, muitas vezes mais divertidas.

Desta forma abordaremos o tema mídias, tendo como exemplo duas instituições distintas, uma no espaço escolar (uma escola particular com flexibilidade e acesso às mídias) e outra instituição no espaço não escolar que trabalha com projeto de oficinas para comunidade. As duas têm como objetivo oportunizar ao aluno vivências práticas que possam levá-los ao mundo da informação e do conhecimento.

A partir de Moran que defende o uso das novas tecnologias em sala de aula, porém como um recurso para uma interação com os alunos; Valente, pesquisador que tem como um de seus objetivos a implantação do computador em toda rede de ensino; Libâneo, filósofo que acredita que o ambiente escolar é uma forma mediação cultural que contribui para o desenvolvimento cognitivo e operativo dos alunos e Fonteles, pedagogo, pesquisador na área de comunicação social é que discutiremos as propostas implementadas nos espaços educacionais.


A tecnologia e a escola

A comunicação “é o processo de compartilhamento da experiência comum, e com isso, não só proporciona aos indivíduos disposições emocionais e intelectuais como provê experiência mais ampla e mais variada” (Dewey apud Libâneo, 2004). Desta forma, comunicação e educação caminham juntas. Os avanços tecnológicos na comunicação e informática estreitaram os vínculos entre educação e os processos educativos.

A mídia é especializada em formar opiniões no campo moral, determinando modelos exemplares de vida, condutas e os comportamentos sociais necessários para uma vida comunitária. Segundo Libâneo (2004), existem práticas pedagógicas em todos os meios de comunicação, jornais, rádios, revistas, jogos, mapas, livros, televisão etc.

Devido aos avanços das novas tecnologias na década de 70, alguns autores acreditavam em uma sociedade sem escolas, porém, de acordo ainda com o mesmo autor, na sociedade de tecnologia e informação a escola é responsável pelo desenvolvimento cognitivo e afetivo, colaborando para a inserção do indivíduo a esta cultura.

“A escola brasileira, especialmente a escola pública não poderá ainda desfazer-se de um papel provedor de informação. Entretanto, aos poucos, pode ir se tornando cada vez mais uma estrutura possibilitadora de atribuição de significados da informação, propiciando aos alunos os meios de buscá-la, analisá-la, para dar a ela significado pessoal.” (LIBÂNEO,2004, p.65)

Diversos professores e especialistas na educação tendem a resistir aos avanços tecnológicos, resistem às mudanças, sentem se ameaçados a perder o emprego, porém, se houver interesse e iniciativa, as mídias podem ser um auxilio a prática educacional em sala de aula, contribuindo para a socialização de saberes significativos; desenvolvimento afetivo e cognitivo; aprender sobre novas tecnologias e interagir com elas; aprimorar a comunicação entre docente e discente e os saberes culturais e científicos.

Desta forma, “as mídias e multimídias, compõem o conjunto das mediações culturais que caracterizam o ensino” (LIBÂNEO, 2004, p. 67)

O computador, com seus inúmeros softwares e jogos educacionais é uma ferramenta muito importante na mediação do processo da construção do conhecimento na educação. Como recurso didático bem planejado, pode ser utilizado para introduzir e aprofundar conteúdos já trabalhados em sala de aula. Colabora na construção do conhecimento; favorece a reflexão do aluno; viabiliza a interação ativa com determinado conteúdo de uma ou mais disciplinas e pode ser um recurso auxiliar para a aquisição de informações na internet - em enciclopédias eletrônicas, produções e apresentações mais elaboradas de trabalhos escolares como mediador do ensino-aprendizagem.

Atualmente encontramos diversos jogos educativos em softwares e internet, sendo assim, cabe ao educador selecioná-los e avaliá-los, buscando utilizá-los de maneira adequada à aula.

Segundo Valente (1993), a pedagogia por trás dos jogos educacionais é a de exploração autodirigida. Contrariando a instrução explícita e direta, esta filosofia de ensino defende a idéia de que a criança aprende melhor quando ela é livre para descobrir relações por ela mesma, ao invés de ser explicitamente ensinada. O mesmo autor acrescenta também que existe uma grande variedade de jogos educacionais para ensinar conceitos que podem ser difíceis de serem assimilados, pois não existem aplicações práticas e sim, imediatas - como o conceito de trigonometria, de probabilidade, etc. Entretanto, destaca que o grande problema com os jogos é que a competição pode desviar a atenção da criança do objetivo da atividade.

O computador em sala de aula, se utilizado de forma adequada e com as mediações de educadores, é uma diferente estratégia de ensino que pode colaborar no desenvolvimento do conhecimento e habilidades atingindo diferentes objetivos e áreas de conhecimento.

A sala de aula, e principalmente, a escola como um todo, para Moran (2007), é um espaço de inovação, de experimentação saudável de novos caminhos. Não precisamos romper com tudo, mas programar mudanças e supervisioná-las com equilíbrio e maturidade.

Nesse sentido devemos quebrar paradigmas convencionais de ensino que mantêm distantes professores e alunos, sem deixar de mudar o essencial – professores acompanhando as evoluções, se modernizando, renovando-se e ampliando os valores – atualizando-se, enfim, sobre as novas formas de ensinar e aprender.


Pesquisa na escola

A partir de 2008 a Escola Logo iniciou um projeto de incentivo à utilização de tecnologias como recursos didáticos: assinou o convênio com o Portal Educacional (site educativo); aumentou o número de lousas digitais (uma lousa digital para cada sala de aula, a partir do 4º ano); aumentou o número de computadores nos dois laboratórios de informática e contratou um responsável para orientar os educadores a utilizar estes materiais.

Os professores da escola devem utilizar as tecnologias oferecidas semanalmente preenchendo formulários, assinalando o material utilizado e fazendo uma auto-avaliação, além de preencherem uma ficha de análise qualitativa do software utilizado. Desta forma, a escola obtém um panorama de como estes recursos auxiliam o professor e o aluno.

Realizamos, então, uma pesquisa de campo na escola Logo para avaliar como estes recursos são utilizados e se favorecem o aluno e o professor.

Observamos, primeiramente, uma aula de Matemática na sala de informática e cujo tema era multiplicação e divisão. A turma era composta de 20 alunos, 3º ano do Ensino Fundamental.

Ao chegar à sala de informática a professora fez uma roda e passou a explicar a atividade que os alunos deveriam realizar em duplas, em cada computador. Cada dupla deveria abrir o programa já instalado e jogar o jogo “aviões” - aparecia na tela uma conta matemática e vários aviões que surgiam na parte inferior da tela que iam subindo até desaparecer sendo que, em cada um dos aviões havia um número. Assim, as crianças deveriam efetuar a conta e clicar no resultado correto. Conforme a dupla acertava, aumentava o nível de dificuldade. Neste momento, a professora circulava entre as crianças auxiliando-as.

Percebemos, por meio desta atividade, a autonomia dada aos alunos ao encontrar o programa no computador e ao manusear o mouse e realizar a atividade. No início da aula todos demonstraram interesse e atenção pela atividade. Discutiram os resultados entre eles e muitos passaram de nível com facilidade. Porém, após alguns momentos as crianças começaram a dispersar, conversaram sobre outros assuntos e abriram programas diversos no computador. A professora chamou a atenção dos alunos, mas estes continuaram a conversa. Por fim, a professora deu atenção e auxiliou os alunos que estavam realizando a atividade conforme ela havia orientado e passou a ignorar os dispersos.

Outra aula observada foi a de Geografia, 4º ano, com 18 alunos, a partir da utilização da lousa digital.

O professor passou uma reportagem sobre o aquecimento global (anexo I), e o grupo passa a ler conjuntamente. Após a leitura, o professor orientou os alunos em grupo, a fazerem uma pesquisa na Internet por meio da lousa digital sobre o aquecimento global. As questões orientadoras da pesquisa eram: o que é? Como está atingindo a população? Como combatê-lo?

Juntos os alunos realizaram a pesquisa, socializaram idéias, discutiram o assunto e, por fim, tiveram que redigir um relatório individual sobre o assunto abordado em sala.

Pudemos observar que nesta atividade as crianças estavam bem entretidas com o assunto e participaram da aula com grande entusiasmo.

Neste caso, o professor foi um facilitador do processo de aquisição do conhecimento e colaborou para a organização das idéias discutidas em sala de aula.


Análise da Pesquisa

A partir das pesquisas realizadas pudemos observar que as duas atividades desenvolvidas pelos professores fogem dos métodos tradicionais de ensino. Trazem para o ambiente escolar, propostas que são realizadas com os recursos das tecnologias e que, comumente, os alunos têm acesso fora da escola, ou seja, já se utilizam de jogos e dos recursos da internet, o que vem facilitar o progresso das aulas.

Avaliamos então que, os recursos tecnológicos como a lousa digital e a sala de informática colaboraram positivamente para o processo de aprendizagem.

Os métodos de ensino convencionais já não agradam muito os alunos de hoje. Para conseguir despertar a atenção dos estudantes é preciso estar atento ao seu cotidiano e mais integrado com as mudanças tecnológicas. A utilização da tecnologia tem servido como uma ferramenta estratégica para aproximar o estudante dos conteúdos das aulas.

Segundo Moran (2003) são muitos os recursos à nossa disposição - para aprender e para ensinar. A chegada da Internet, dos programas que gerenciam grupos e possibilitam a publicação de materiais estão trazendo possibilidades inimagináveis vinte anos atrás. A resposta dada até agora ainda é muito tímida; deixada a critério de cada professor; sem uma política institucional mais ousada, corajosa, incentivadora de mudanças. Está mais do que na hora de evoluir, modificar propostas, aprender fazendo.

É importante destacar, também, que certos cuidados devem ser tomados para não transformar a aula em um show tecnológico, distorcendo o objetivo do ensino. A tecnologia enriquece a aula, mas não pode ser colocada à frente do conteúdo. De acordo com Libâneo (2004), ferramenta nenhuma é capaz de substituir a informação e o professor, a tecnologia apenas auxilia e facilita esse processo de ensino.


Pesquisa em ambiente não escolar

O Lar doce Lar é uma instituição beneficente, fundada em 1937, e possui um núcleo de atendimento à criança, ao jovem e à família em situação de vulnerabilidade, seja pela carência emocional, social e/ou econômica.

O Lar tem sua sede há 60 anos no bairro do Alto da Boa Vista, distrito e subprefeitura de Santo Amaro, sendo referência em sua área de atuação na comunidade local. Atualmente atende cerca de 250 crianças e jovens a partir dos três anos de idade até o seu encaminhamento profissional.

As crianças permanecem na entidade no período diurno e todas retornam para suas casas no final do dia. Os jovens recebem todo o apoio necessário para sua formação e para que possam profissionalizar-se adequadamente. A entidade oferece diversas oficinas educativas e profissionalizantes como o laboratório de informática que abordaremos mais adiante.

O Lar doce Lar estimula e aprimora o processo sócio-educativo das crianças e jovens atendidos, assim como orientam suas famílias para que se tornem cidadãos produtivos e integrados à sociedade. Tem por objetivo ampliar o universo sociocultural, despertar habilidades e talentos, além de garantir a futura empregabilidade. Com o laboratório de informática as crianças e jovens participantes sentem-se integrados, motivados e criativos.


Análise da Pesquisa

Após a pesquisa realizada no ambiente não escolar (anexo II), percebemos que a instituição abre espaço para a comunidade, pois dá oportunidade aos seus membros de serem incluídos ao meio tecnológico do qual não faziam parte até então. Também proporciona um ambiente de aprendizagem e, consequentemente, amplia as chances de empregabilidade.

Observamos também que os recursos usados na instituição são facilitadores da aprendizagem pelo fato de estimularem as novas habilidades quando promovem cidadãos não somente produtivos como também críticos de sua realidade.

Do ponto de vista metodológico, o educador precisa aprender a equilibrar processos de organização e de “provocação” na sala de aula. Uma das dimensões fundamentais do ato de educar é ajudar a encontrar uma lógica dentro do caos de informações que temos, organizá-las numa síntese coerente, mesmo que momentânea, compreendê-las. Compreender é organizar, sistematizar, comparar, avaliar, contextualizar. Uma segunda dimensão pedagógica procura questionar essa compreensão, criar uma tensão para superá-la, para modificá-la, para avançar para novas sínteses, outros momentos e formas de compreensão.” (MORAN, 2003,)

Assim, os educadores participantes deste projeto abordam a tecnologia de forma bem planejada e trabalhada, elaborando tarefas desafiadoras capazes de estimular novos raciocínios e gerar novos conhecimentos. Fazendo com que essas diversas oficinas, além da informática, contribuam com o crescimento de cada um e que valorize cada vez mais este cidadão. Por isso acreditam que a tecnologia faz parte do cotidiano e esse é um dos principais motivos para cada vez mais incluírem a comunidade (carente) na sociedade informatizada.


Considerações Finais

Acreditamos que a tecnologia, hoje em dia, é um assunto que deve ser bem trabalhado, bem planejado para ter sentido no nosso cotidiano.

A tecnologia é um facilitador que envolve os seres com as máquinas, com as ferramentas e as pesquisas científicas. Freqüentemente, a tecnologia entra em conflito com algumas preocupações naturais de nossa sociedade, como o desemprego, a poluição e outras muitas questões ecológicas, filosóficas e sociológicas.

Ao analisarmos as pesquisas realizadas em espaço escolar e não escolar observamos que paulatinamente as novas tecnologias vem sendo inseridas em todos os meios educacionais e sociais, sendo um avanço da modernidade e que contribui para o crescimento pessoal e profissional do indivíduo atual. Portanto, a tecnologia cada vez mais avança, conforme a evolução da sociedade. E é sobre essa evolução que Moran afirma:

“(...) o processo de mudança será mais lento do que muitos imaginam. Iremos mudando aos poucos, tanto no presencial como na educação a distância. Há uma grande desigualdade econômica, de acesso, de maturidade, de motivação das pessoas. Alguns estão prontos para a mudança, outros muitos não. É difícil mudar padrões adquiridos (gerenciais, atitudinais) das organizações, governos, dos profissionais e da sociedade.” (MORAN, 2003)

Assim, o mundo se confronta com vários modelos de modernização aos quais os indivíduos tem que ficar atentos para se incluírem – é o processo de lobalização.

Nos tempos atuais existe a necessidade de considerar e reconhecer os meios de comunicação como uma espécie de escola parelela à escola formal, pois, a partir do momento que esses meios tornaram-se capazes de produzir, distribuir e circular conteúdos para a população absorver, passam também a competir com os conteúdos produzidos e ensinados nos ambientes escolares. Desta maneira, torna-se necessário lembrar nos planejamentos educacionais os diferentes canais para fazer educação, quer seja nos planejamentos realizados pelo corpo docente ou pelos gestores escolares – os recursos tecnológicos. O intuito é inserí-los no cotidiano escolar de forma que seja significativa para ambos (docentes e dicentes), uma vez que os alunos têm amplo acesso à essas novas tecnologias no seu dia-a dia e que atinja, deste modo, a realidade vivenciada por estes.

A escola, com as redes eletrônicas, abre-se para o mundo; o aluno e o professor se expõem, divulgam seus projetos e pesquisas, são avaliados por terceiros, positiva e negativamente. A escola contribui para divulgar as melhores práticas, ajudando outras escolas a encontrar seus caminhos. A divulgação hoje faz com que o conhecimento compartilhado acelere as mudanças necessárias e agilize as trocas entre alunos, professores, instituições. A escola sai do seu casulo, do seu mundinho e se torna uma instituição onde a comunidade pode aprender contínua e flexivelmente. (MORAN, 2003)

Fato imprescindível a ser considerado na atual sociedade é que as escolas se preparem para acompanhar o ritmo fugaz de mudanças a que estamos todos submetidos, e para não cair no desmerecimento e na incompatibilidade de ações que marcam e acabam por dissociar o ensino formal proporcionado pela escola do ensino informal em que as crianças dispõem fora da escola. Como por exemplo, jovens que lidam com situações bastante complexas da vida cotidiana, mas que não conseguem disponibilizar esforços para superar a condição de baixo rendimento escolar, muitas vezes gerado pelo enfoque que a escola costuma dar em seu planejamento pedagógico. Deste modo, segundo COLELLO (2003), cabe a esta “lidar com essa diferença cuja duração não está prevista nos padrões inflexíveis da programação curricular”.


Bibliografia

· http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/artigos/jogos-educativos-para-sala-de-aula.php Acesso em 10/05/2009

· http://www.eca.usp.br/prof/moran/gestao.htm#Tecnologias%20na%20gestão%20escolar Acesso em10/05/2009
v COLELLO, S. M. G. A pedagogia da exclusão no ensino da língua escrita. In: VIDETUR, n. 23. Porto/Portugal, Mandruvá, 2003.

DOLGHIE, Jacqueline Ziroldo; FONTELES, Heinrich Araújo; CAMPOS, Breno Martins. Cultura, mídia e educação: abordagens transdisciplinares. São Paulo: Livro Pronto, 2008.

LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora?Novas exigências educacionais e profissão docente. São Paulo: Cortez, 2004.

MORAN, José Manuel. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. São Paulo, Editora Papirus, p.89, 2003.

MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos & BEHRENS, Marilda. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 7a ed. São Paulo: Papirus, 2003.

VALENTE, José Armando. O computador e o conhecimento – repensando a educação. São Paulo: Gráfica. UNICAMP, 1993.



ANEXO I

O Portal de Notcias da Globo

07/05/09 - 10h14 - Atualizado em 07/05/09 - 10h14
Força de chuvas é resultado do aquecimento global, afirma climatologista
Calor traz secas e tempestades mais intensas, diz Carlos Nobre.
Fenômenos climáticos extremos atingem Sul, Nordeste e Amazônia.
Do Globo Amazônia, com informações do Bom Dia Brasil .

As recentes chuvas no Nordeste e na Amazônia e as secas no Sul trazem uma dúvida comum: o quanto esses fenômenos climáticos extremos estão associados ao aquecimento global?

Para responder essa pergunta, o jornal Bom Dia Brasil conversou com um dos mais respeitados cientistas brasileiros, o climatologista Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Visite o site do Bom Dia Brasil

Bom Dia Brasil – Essa chuva toda no Nordeste, a seca no Sul e a chuva que a gente teve no ano passado em Santa Catarina: muita gente pergunta se isso já é resultado do aquecimento global. Os pesquisadores têm algum consenso em relação a isso?

Carlos Nobre, climatologista – O que nós podemos dizer, hoje já com alguma certeza, é que esse tipo de fenômeno extremo, como chuvas abundantes que quebram recordes históricos na Amazônia e no Nordeste, a seca persistente em partes do Sul e no Uruguai e Argentina, é um quadro muito esperado em um planeta que está em aquecimento. Nós não podemos dizer que isso nunca aconteceu. Já aconteceram várias vezes secas no Sul, associadas com um fenômeno no Oceano Pacífico – o fenômeno La Niña, quando as águas estão mais frias. Chuvas no Nordeste e na Amazônia também associadas também com La Niña e com o Oceano Atlântico que, ao norte costa brasileira, está muito quente. Esses fenômenos estão muito intensos, mais do que ocorria no passado. Esse é um quadro muito característico de um planeta que está se aquecendo.

Então, o que caracteriza isso tudo é o fato de o fenômeno estar intenso e não o fato de ter a chuva no Nordeste que é uma coisa que já acontece. Em quanto tempo, a gente pode dizer com certeza se são fenômenos naturais isolados, como a gente vê em algumas situações, ou se já é interferência do homem na natureza?

Para muitas partes do planeta e também no Brasil, quanto a gente olha as chuvas no Sul como um todo e compara as chuvas nos últimos 10 anos na região sul com 50 anos atrás, nós já podemos dizer que as pancadas de chuva muito intensas têm a ver com o aquecimento global. Elas acontecem, porque o planeta e também o Brasil estão mais quentes. Tivemos uma seca muito intensa na Amazônia em 2005. Quatro anos depois, nós temos essas inundações que quebram recordes históricos de 107 anos no Rio Amazonas. Então, isso já tem toda característica. O aumento da intensidade desses fenômenos que são naturais tem a ver com o fato de que o planeta está mais quente


ANEXO II

Perguntadas realizadas na instituição não-escolar

1-Como funciona a oficina de informática?
2-Qual a faixa etária do atendimento?
3-A oficina é aberta à comunidade?
4-Os professores das oficinas são formados?
5-Como é feito o planejamento das atividades?
6-Quais são os programas específicos trabalhados?
7- Essa oficina é voltada para o mercado de trabalho? 8- Na opinião da instituição qual o papel da tecnologia, quais suas influências?
9-Como é avaliada a importância desta oficina?



1-A oficina de informática tem por objetivo capacitar crianças, adolescentes e jovens a utilizar computadores e a entender sua tecnologia como ajuda para se tornarem cidadãos produtivos e integrados à sociedade.

2-A Instituição atende crianças e jovens a partir dos 3 anos de idade até o seu encaminhamento profissional. Porém os cursos também são oferecidos aos pais, capacitando-os ao universo da informática.

3-A oficina atende a todos da comunidade que estejam em situação de vulnerabilidade, seja pela carência emocional, social ou econômica.

4-Alguns professores são formados e outros são voluntários.

5-Os planejamentos das atividades são feitos semanalmente através de reuniões com o professor responsável e a coordenadora pedagógica.

6-Os programas trabalhados são específicos para cada faixa etária. São realizados exercícios em sala de aula para consolidação do aprendizado.

7-A oficina não é voltada diretamente para o mercado de trabalho, mas ajuda a ter noções básicas para a inserção neste.

9- O papel dessa oficina é de extrema importância, pois o acesso à informática é uma ferramenta fundamental para realizar tarefas diversas, desenvolver atividades educacionais, até a instrumentalização para o mercado de trabalho.

____________________________________

Notas

[1] Para manter o anonimato da instituição
[2] idem



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