AMADA ETERNAL!

João José de Santana(*)


Oh! Amada eterna! Como és bela! Como és singela! Filha de idéias de reflexões de reflexões... Desponta na alma do “sonhador” com dor e resignação. Quando se faz conhecida, mesmo na dúvida da nossa angustia, tua explicação nos enche de orgulho, prazer e mansidão.

Oh! Amada eterna! Como és bela! Como és singela! O ignorante a ignora - desconhece o teu valor. Se a conhecesse saberia o quanto é ética, sensível, racional.

Oh! Amada eterna! Como és bela! Como és Singela! Na Antiga Grécia poetizava, refletia, criticava, questionava, problematizava. O gênero feminino que mandava nos sábios que a dominava.

Oh! Amada eterna! Como és bela! Como és singela! Uma physis, natureza de todas as coisas, buscava por intermédio do Logos, razão, daqueles que a amavam.

Oh! Amada eterna! Como és bela! Como és singela! Razão e fé, dos Medievais, tu questionavas: Pode a razão justificar a religião? Pode a religião justificar a razão? Filósofos e Teólogos a confrontavam.

Oh! Amada eterna! Como és bela! Como és singela! Aos Modernos tu proclamavas: “o homem é o centro de tudo” - tem o livre modo de pensar que nem Descartes pode duvidar.

Oh! Amada eterna! Como és bela! Como és singela! Na Contemporaneidade tu pensas a exploração do homem pelo próprio homem e a falta de comunicação, que a Habermas é concebida tal explicação.

Oh! Amada eterna! Como és bela! Como és singela! Neste momento de breve reflexão, tu nos apresentas com amor e satisfação na mente e no coração.

Mas, se nos perguntar quem tu és o que devemos responder?

Podemos dizer que tu és uma musa inspiradora que, dos gregos aos contemporâneos, vem criando, moldando, ensinando, educando o pensar do homem à seu tempo, a seu intento?

Pode sussurrar em nossos ouvidos, como sussurrastes outrora em teus amantes?

Pode explicar-nos o ser como explicastes a Heráclito na dança dos movimentos?

Podemos reconhecer nossa ignorância - assim como Sócrates que a reconheceu frente ao Oráculo de Delfos, ao negar-te publicamente?

Podemos responder como respondestes a Agostinho sobre o tempo? “Se ninguém me perguntar, eu sei quem és, mas não sei explicar a quem me perguntar quem tu és?”

Revelar-te-emos a todos: Tu és a nossa, a eterna, a bela e singela Sophia (sabedoria). Tua és a luz do dia! A nossa Filosofia!


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(*) João José de Santana é formado em Filosofia pela Universidade Mackenzie.



Revista Pandora

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