O AMOR NO SENTIDO FILOSÓFICO

Aline Silva (*)


A Filosofia, por ser um lamento miserável para os pensadores ao longo da história tem se tornado um refúgio para diversas áreas do conhecimento humano, além de cativar os curiosos, como costumo falar, pela sua “melancolia intelectual”, é uma virtude pensar e sentir a filosofia vagar dentro do peito, fazendo pulsar o coração, através de tantos conceitos e teorias.
O conhecimento filosófico é substancial no sentido de aprimoramento intelectual, visto que possui uma dimensão essencial de ideias e, consequentemente de sentimentos. Um desses sentimentos é o amor, talvez o principal, considerando ‘filos’ do grego que significa ‘amor’. Quanto a esta palavra, podemos por assim dizer que a beleza do conhecimento está em amar o que aprendemos, desse modo pensar, nos torna adoráveis? Talvez revelar enigmas sentimentais é um atributo inefável do homem, mas a mente humana é vaidosa e lamenta combinando sabedoria com o intelecto do ser e partir disso dá-se o nome “Filosofia”.
Utilizando-se da antropologia filosófica, a natureza do homem vai além do amor, mas não é definida através de teorias, sabe-se que suas emoções variam e seu comportamento e desenvoltura diante de sua evolução e/ou retrocesso intelectual, correspondem a uma ínfima ideia que não é unívoca.
Mas o que aprendemos desde então?
O amor está na realidade, no homem e no pensamento, mas presumo que o amor vai além da alegria de Aristóteles ou do Eros de Platão, quem sabe seja um diagnóstico dos dois juntos, visto que no início desse texto menciono a Filosofia como sendo uma melancolia intelectual. Melancolia no sentido de o amor existir com suas características vibrantes e intensas que afetam o homem para o bem e para o mal e, intelectual de não o vermos fisicamente e sim, sentimentalmente e darmos um significado ao mesmo de acordo com nosso parecer.
Aquilo que atribuímos a nós como seres que pensam e questionam, mas não se sabe ao certo qual a real razão desse sentimento existir, porque é confortável amar ou pelo fato de ser algo que sabemos que faz parte da natureza do homem.

Cartas jogadas ao tempo, com frases e medo
Com versos e amargura
São amores literários
Espalhados pelo homem
Num universo paralelo
Chamado “Coração.”



Quando digo isso, refiro o amor a um sofrimento bom, impalpável e inato. Que corresponde ao que tentamos definir como amor e um pensamento mastigável, porém insistente e confuso. Inato no sentido de fazer do homem uma criatura manipulável diante de algo sentido por ele mesmo. Ele mesmo se obstina aos seus sentimentos.
Diante da ardência dos pensamentos que integram nossa capacidade de questionar a realidade das coisas, o amor é o mais ácido, pois vislumbra a beleza humana e ao mesmo tempo a amaldiçoa, num sentido dualístico. O amor está em todas as coisas, assim como os pensamentos, pois a natureza do homem é indecifrável e sinônimo de questionamentos infindáveis e, portanto, amar extrapola os limites do homem.


**************
(*) Aline Silva estudou Ciências contábeis na instituição de ensino Universidade Metodista de São Paulo.



Revista Pandora

Amores Filosóficos


Example pic

Amor e Filosofía