JOAQUÍN ROMERO MURUBE

Misterio da Adelfa

Há que esquecer os lábios, as miradas
que unificam os destinos delirantes,
os peitos de carícias escorregadas,
a bochecha fiel dos amantes?

Há que esquecer o sonho alimentado
na dura exigência da vida
que ordena, já seu afã, já seu cuidado,
para um campo de paz não interrompida?

Na rosa e no alvo de tuas luzes,
sob tua flor de açúcar e veneno,
Adelfa de jardins andaluzes,
perdem os pulsos seu bater sereno.

Perdem os pulsos seu bater, e vertes
no sangue letárgicas essências.
Em teu débil aroma doces mortes
coroam andaluzas indolências.



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